Depois de ser muito criticado por usar o avião das Forças Aéreas Brasileiras (FAB) em sua primeira viagem a Brasília como presidente do Paraguai, Fernando Lugo manifestou desejo de comprar um avião para a Presidência. O dinheiro viria de um fundo a ser criado pelas binacionais Itaipu e Yacyretá (hidrelétrica partilhada com a Argentina).
A afirmação foi feita em almoço com jornalistas no último sábado, quando Lugo afimou que gostaria de um avião parecido com o que o trouxe ao Brasil, em 17 de setembro. Um empresário já teria oferecido um avião por um preço entre US$ 7 milhões e US$ 8 milhões de dólares, segundo a imprensa paraguaia.
O jornal La Nación informou na segunda-feira que o diretor paraguaio de Itaipu, Carlos Mateo Balmelli, acredita que a hidrelétrica poderia, sim, comprar um avião e emprestá-lo a Lugo, com a condição de que a aeronave também ficasse disponível aos funcionários da binacional.
Ele justificou a compra: em 2007, o aluguel do avião usado pela instituição custou US$ 2,3 milhões. Até agosto, já foram gastos mais US$ 2 milhões. A diretoria brasileira de Itaipu viaja em vôos comerciais.
Negociação
Segundo o diário paraguaio ABC Color, a diretoria brasileira de Itaipu se posicionou contra a compra, mas teria acenado com a liberação de verba para financiar viagens em um avião alugado. Os brasileiros teriam dito a Lugo que "alugue um avião pelo período que lhe for conveniente e que Itaipu se encarregará dos gastos".
Por meio de sua assessoria, a diretoria brasileira de Itaipu não confirmou nem desmentiu a informação, afirmando que não foi feito um pedido oficial.
Em 1994, no governo de Juan Carlos Wasmosy (19931998), o Paraguai comprou um Boeing 707 que precisou passar por restauração no valor de US$ 5 milhões para uso presidencial. Em julho, houve boatos de que o avião, hoje sucateado, seria trocado com as Forças Aéreas Brasileiras (FAB), junto com antigos caças Xavante, por aviões de combate Tucano (ambos da Embraer).
Quando Lugo voou no avião da FAB, até mesmo o vice-presidente Federico Franco criticou a atitude do governo de aceitar a gentileza, ainda mais com a agenda do encontro: reivindicar a revisão da tarifa de energia de Itaipu.
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