Assunção - O governo do Paraguai rejeitou ontem um acordo de cooperação militar com os Estados Unidos em meio a uma crescente tensão diplomática na América do Sul sobre a presença de tropas americanas na região. A decisão foi lamentada pela embaixadora dos EUA em Assunção.
O presidente Fernando Lugo disse que seu governo decidiu suspender a série de exercícios previstos para 2010 entre as Forças Armadas paraguaias e norte-americanas que envolveriam 500 militares americanos, como parte do programa chamado de Novos Horizontes.
"Não é uma rejeição categórica. Simplesmente, não achamos conveniente que o Comando Sul dos Estados Unidos esteja presente no Paraguai com 500 homens para esse tipo de exercícios, afirmou o mandatário em uma entrevista coletiva à imprensa.
A decisão surge no momento em que países da América do Sul aceleram a compra de armas e estão divididos sobre um plano americano de utilizar sete bases militares na Colômbia em suas operações contra a produção e o tráfico de drogas.
No início deste mês, a Venezuela anunciou que obteve mais de US$ 2 bilhões em crédito da Rússia para financiar a compra de 92 tanques e um sistema de mísseis de defesa. O Brasil está negociando uma aliança estratégica com a França, que envolve a compra de submarinos e caças, enquanto o Equador e o Chile, recentemente reforçaram as suas Forças Aéreas com novos equipamentos. A Bolívia está planejando comprar novos aviões de combate e helicópteros da França e da Rússia.
Em uma entrevista coletiva, o presidente paraguaio disse que as lideranças do continente reunidas na União de Nações Sul-americanas (Unasul), em termos de defesa, segurança e soberania, "apostam na integração regional em primeiro lugar. Ele destacou que na reunião de ministros das Relações Exteriores e de Defesa dos 12 países da Unasul na terça-feira, em Quito, "foi muito questionada a grande presença de soldados norte-americanos em bases militares da região.
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