Fernando Lugo passa em revista às tropas durante cerimônia militar em Assunção: ameaça de aquartelamento de militares e policiais forçou presidente a substituir a cúpula das Forças Armadas| Foto: Norberto Duarte/AFP

Ex-bispo enfrenta novo processo

Assunção - O presidente do Paraguai e ex-bispo católico, Fernando Lugo, enfrenta um novo pedido de reconhecimento de paternidade, o terceiro em menos de um ano. A ação pode prejudicar sua imagem no momento em que crescem as críticas sobre sua administração.

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Os ingredientes da crise

Presidente do Paraguai atravessa pior momento desde que assumiu, após aproximação de militares com a oposição.

Temor de golpe

É a terceira vez que Lugo troca comandantes militares desde que assumiu o cargo, em agosto de 2008 – sinal da instabilidade política no país, que foi governado por 61 anos pelo Partido Colorado, em simbiose com os militares

Abandonado pelos liberais

Lugo enfrenta crise com seu vice, Federico Franco, do Partido Liberal Radical Autêntico (centro-direita), dono da segunda bancada na Câmara e no Senado. O presidente não descartou que Franco esteja articulando sua deposição com os colorados. No Congresso, onde o governo não tem maioria, a oposição tenta aprovar o impeachment de Lugo por acusá-lo de "mau desempenho’’

Segurança pública

O sequestro do fazendeiro Fidel Zavala, no dia 15 de outubro, elevou a tensão política no país. O grupo de esquerda EPP (Exército do Povo Paraguaio) assumiu a autoria do crime, ainda sem solução, e a oposição vincula Lugo a ações do grupo.

Itaipu

Em julho, o Paraguai fechou acordo com o Brasil que lhe dá maiores benefícios sobre a hidrelétrica binacional de Itaipu, principal bandeira de campanha de Lugo. Ele recuou da proposta de renegociação do tratado, vetada pelo Brasil, e os principais benefícios ao Paraguai – como a autorização de vender no mercado livre do Brasil a energia de Itaipu que hoje entrega a preço fixo à Eletrobrás- não avançaram, pois dependem de aprovação dos Congressos.

Filhos não reconhecidos

Ontem, Damiana Hortensia Morán, que diz ter um filho de 2 anos de Lugo, concebido quando ele ainda era bispo católico, entrou com ação na Justiça para obrigar o presidente a fazer um teste de DNA. O caso remonta a abril, quando Morán fez o anúncio. É a terceira demanda do tipo contra ele.

Fonte: Folhapress

Assunção - Os novos comandantes do Exér­­cito, da Marinha e da Força Aérea do Paraguai assumiram os cargos ontem, um dia depois que o presidente do país, o ex-bispo Fernando Lugo, destituiu os antigos chefes militares, em meio a rumores a respeito de um golpe militar.

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Pouco mais de cinco meses depois da última mudança na chefia militar, ocorrida em 20 de maio último, Lugo realizou uma nova reforma, ordenando a destituição do comandante do Exército (general Juan Óscar Velázquez); da Marinha (contra-almirante Claudelino Recalde) e da Força Aérea (general Darío Dávalos).

Os três foram substituídos, respectivamente, por Bartolomé Pineda (Exército); contra-almirante Egberto Orué (Marinha) e general de brigada Hugo Gilberto Aran­­da (Força Aérea).

De acordo com o jornal paraguaio Última Hora, antes mesmo de substituir Recalde, o novo chefe da Marinha já encontrou a primeira dificuldade: o roubo de ar­­mas que estavam em exposição no Museu Militar. Ele disse que o episódio será investigado.

"Não há nenhuma suspeita por enquanto, no momento estamos investigando. As armas são da Dimabel (Direção de Material Bélico) e estavam em exposição’’, afirmou Orué, acrescentando que o aviso a respeito do desaparecimento foi divulgado na noite de quarta-feira.

Segundo ele, o roubo chama a atenção, já que o museu fica dentro de um prédio militar.

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As mudanças na cúpula militar foram anunciadas em um comunicado pelo porta-voz militar coronel José Manuel Cáceres.

Lugo, cuja ascensão ao poder liderando uma ampla aliança ideológica rompeu a hegemonia do Partido Colorado após 61 anos, negou qualquer quebra do processo democrático, garantindo que as Forças Armadas do país "não se prestaram a nenhum golpe’’, embora tenha dito que havia "bolsões golpistas’’ entre os militares, que manteriam reuniões com políticos da oposição.

"Posso lhes assegurar, como comandante-em-chefe das Forças Armadas da Nação, que institucionalmente não há perigo de golpe, pelo menos, promovido pelos militares’’, disse ele em uma en­­trevista coletiva.

A declaração foi uma resposta aos rumores de um aquartelamento de militares e policiais que se espalharam pelo fim de semana em meio a relatos de ameaças de bomba em centros noturnos de Assunção.

Lugo disse que esses rumores eram relacionados com a transferência de oito tanques de fabricação brasileira que foram consertados em uma localidade do estado brasileiro de Mato Grosso do Sul, na fronteira com o Paraguai.

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