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Tensão em La Paz

Quem é Luis Arce, o presidente que denunciou golpe na Bolívia

Economista que fez carreira no Banco Central da Bolívia, Luis Arce foi de afilhado político a desafeto de Evo Morales (Foto: EFE/STR)

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Luis Arce, de 60 anos, que denunciou esta quarta-feira (26) uma mobilização militar na sede do governo em La Paz como uma tentativa de golpe de Estado contra seu governo, é presidente da Bolívia desde novembro de 2020.

Nascido em La Paz, ele é economista e fez carreira no Banco Central da Bolívia. Foi ministro da Economia durante o governo do seu padrinho político, Evo Morales (2006-2019), liderando o projeto de nacionalização de hidrocarbonetos, entre outros setores econômicos, promovido pela gestão esquerdista.

Em 2020, foi eleito presidente da Bolívia pelo Movimento ao Socialismo (MAS), partido de Morales, na sequência de uma crise política em que o líder cocaleiro renunciou após denúncias de fraude na eleição presidencial de 2019.

Na sua gestão, Arce foi acusado de perseguição a adversários políticos. Jeanine Añez, que foi presidente interina da Bolívia entre 2019 e 2020, após a renúncia de Morales, foi presa em 2021 e condenada posteriormente a dez anos de prisão por acusações de golpe de Estado.

No final de 2022, foi preso outro grande nome da oposição, Luis Fernando Camacho, governador do departamento de Santa Cruz, pelas mesmas acusações.

Arce planeja obter um segundo mantado na eleição presidencial de 2025, e foi justamente esse desejo que o colocou em rota de colisão com Morales, que pretendia voltar ao cargo.

O líder cocaleiro acusou seu afilhado político de corrupção e de se desviar dos preceitos socialistas do MAS. Em outubro de 2023, Arce foi expulso do partido no mesmo congresso da legenda em que Morales foi aclamado candidato à presidência.

Meses depois, a Justiça boliviana decretou a inelegibilidade de Morales, apontando que o ex-presidente não poderia mais se candidatar por já ter ocupado a presidência da Bolívia por dois mandatos.

Na política externa, Arce manteve a posição do seu padrinho político de proximidade com governos de esquerda latino-americanos, entre eles, as ditaduras da Venezuela e de Cuba, e causou preocupação na vizinhança por se aproximar do Irã, com quem acertou uma parceria para fornecimento de drones.

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