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O ditador de Belarus, Alexander Lukashenko, confirmou nesta sexta-feira (25) que o Grupo Wagner vai continuar no seu país, negando informações de que os mercenários estariam deixando Belarus após a morte de seu líder, Yevgeny Prigozhin, vítima de uma queda de avião que matou todos os passageiros que estavam a bordo na última quarta-feira (23).
“Wagner viveu, Wagner vive, e Wagner viverá em Belarus, não importa se alguns não querem isso”, disse o ditador, em declarações citadas pela agência estatal de notícias Belta.
Lukashenko ainda revelou que ele e Prigozhin construíram um sistema para planejar como o “Wagner seria implantado” no país.
A declaração do líder de Belarus surge um dia após a Radio Free Europe, uma agência de notícias financiada pelo governo americano, ter revelado imagens de satélite que mostravam um acampamento de tendas do Grupo Wagner sendo desmantelado no país.
Sobre esse assunto, Lukashenko disse que os mercenários não precisavam de muitas tendas, o que justificava o desmantelamento delas.
“Não precisamos de tantas [tendas]. O núcleo [do Grupo Wagner) permanece aqui, alguém saiu de férias, alguém decidiu viver separado. Dentro de alguns dias, todos estarão aqui, até 10 mil pessoas. Atualmente, não há necessidade de mantê-los aqui. Eles não estão fugindo”, declarou.
Divergindo das afirmações do ditador, em declarações feitas a uma emissora ucraniana nesta sexta-feira, o porta-voz do Serviço de Fronteiras da Ucrânia, Andri Demechenko, afirmou que os mercenários do Grupo Wagner começaram a deixar "gradualmente" Belarus logo após notícia da queda do avião de Prigozhin.
“É evidente que, desde 23 de agosto, o número [de mercenários do Wagner em Belarus] continua diminuindo”, disse Demechenko.
De acordo com o porta-voz, que monitoriza a presença de mercenários russos em Belarus, tendo em conta a possibilidade de eles lançarem um ataque contra a Ucrânia, a situação na fronteira ucraniana com o país de Lukashenko, que é um aliado da Rússia na guerra, “está sob controle”.
“Não identificamos nenhuma ação incomum que possa ter ocorrido do outro lado” da fronteira, afirmou Demechenko.
A Polônia, outro país que faz fronteira com Belarus, advertiu, por sua vez, que o Wagner será agora uma “ameaça maior” porque “estará sob ordens diretas do Kremlin”. (Com Agência EFE)