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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva buscou nesta quinta-feira apoio da China para a continuação das negociações com o Irã em torno do impasse que envolve o programa nuclear da República Islâmica, ao mesmo tempo que defendeu que o governo iraniano mostre flexibilidade.

O presidente se reuniu com seu homólogo chinês, Hu Jintao, e, segundo uma fonte do governo brasileiro, buscou apoio de Pequim a negociações com Teerã, em vez da imposição de novas sanções ao Irã, às quais o Brasil se opõem.

O governo brasileiro tem interesse em declarações de apoio à continuidade do diálogo com o Irã e que o presidente chinês respalde os esforços para manter as negociações em curso. A fonte não informou, no entanto, o que responderam as autoridades chinesas.

Falando a jornalistas após o encontro entre Lula e Hu, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que o presidente argumentou ao colega chinês que as sanções "não só são ineficazes, mas em alguns casos podem ser contraproducentes".

Segundo Amorim, Lula disse que é importante que o "governo do Irã revele flexibilidade neste tema, porque nós desejamos que o Irã tenha direito a seu programa nuclear para fins pacíficos".

O chanceler destacou ainda que é importante que a "comunidade internacional se sinta confortável que esse programa nuclear não está sendo utilizado para fins militares".

Lula chega no dia 15 do próximo mês ao Irã e pretende convencer o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, a fazer concessões e evitar a necessidade de sanções do Conselho de Segurança da ONU, que passa a ser presidido pelo Líbano no mês que vem.

Segundo a fonte do governo brasileiro, que falou na condição do anonimato, Lula não quer carregar o ônus de ficar isolado na questão iraniana, tendo somente o apoio da Turquia, por isso tratou do assunto com Hu nesta quinta-feira.

Na quarta-feira, o subsecretário dos EUA para Assuntos Políticos, William Burns, disse em audiência no Senado norte-americano acreditar que a China apoiará a imposição de uma nova rodada de sanções à República Islâmica.

Potências ocidentais, lideradas pelos EUA, têm pressionado para que seja aprovada uma nova resolução da ONU com sanções ao Irã por seu programa nuclear, que a República Islâmica alega ter fins pacíficos

Nesta quinta-feira, diplomatas afirmaram que os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (EUA, Grã-Bretanha, França, China e Rússia) e Alemanha intensificaram as negociações em torno de uma nova rodada de sanções ao Irã.

O presidente chinês veio ao Brasil para participar de reunião de países que formam o Bric (Brasil, Rússia, Índia e China).

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