Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou ontem, de maneira indireta, os grupos guerrilheiros que atuam na Colômbia, durante discurso ao lado do colega colombiano, Juan Manuel Santos, no Itamaraty, em Brasília.
"Nada justifica o terrorismo como instrumento de luta política", disse Lula. "Não somos mais uma região de conflitos, de revolta e de censura. O Brasil é solidário com o povo colombiano em sua luta pela paz contra a violência", completou.
Santos faz no Brasil sua primeira visita como presidente eleito da Colômbia, cargo que assumiu no dia 7 de agosto.
Lula vinha sendo pressionado a condenar publicamente a guerrilha colombiana, em especial depois da crise envolvendo Colômbia e Venezuela, há cerca de dois meses.
Na época, a Colômbia levou à OEA (Organização dos Estados Americanos) denúncia de que a Venezuela abriga guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e do ELN (Exército de Libertação Nacional).
As acusações, que ocorreram no final do governo do colombiano Álvaro Uribe, levaram o presidente venezuelano, Hugo Chávez, a romper relações diplomáticas com Bogotá. As relações entre os dois países foram retomadas após a posse de Santos.
Lula acabou sendo criticado por Uribe no fim de julho. O ex-presidente colombiano acusou o colega brasileiro de minimizar a crise envolvendo Colômbia e Venezuela ao dizer que via entre os dois países um "conflito verbal."
Guerrilha
Além da crise envolvendo Colômbia e Venezuela, a guerrilha colombiana também invadiu a disputa presidencial depois que o candidato a vice de José Serra (PSDB), Indio da Costa (DEM), acusou o PT de ligação com as Farc.
Antes do almoço no Itamaraty e depois de participar de reunião entre os dois presidentes, o assessor de Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, disse que o Brasil não irá se envolver nos problemas entre o governo colombiano e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
O assessor afirmou que Lula garantiu a Santos que só haverá interferência se houver um pedido. "Estamos muito atentos para uma busca de solução negociada no plano interno, mas o Brasil não quer se imiscuir em eventuais soluções internas", afirmou.
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