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Moscou (Rússia) - Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante encontro com o Presidente da Rússia, Dmitri Medvedev | Agência Brasil
Moscou (Rússia) - Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante encontro com o Presidente da Rússia, Dmitri Medvedev| Foto: Agência Brasil

Lula vê 99% de chance de acordo com Irã; Medvedev 30%

Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esbanjou otimismo, o presidente russo, Dmitry Medvedev, demonstrou nesta sexta-feira certo ceticismo em relação à possibilidade de o Irã fechar um acordo com a ONU sobre seu programa nuclear.

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  • Moscou (Russia) - Presidente Luiz inácio Lula da Silva durante cerimônia oficial de chegada a Moscou, Rússia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (14) que a crise financeira global voltou mais forte na Europa e que Rússia e Brasil devem cobrar informações dos demais integrantes do G20 para que uma solução seja dada."Ainda não fizemos a lição de casa. Lá (na reunião do G20 em Toronto, nos dias 26 e 27 de junho) precisamos não só explicar o que está acontecendo nos nossos países, mas cobrar dos outros países o que está acontecendo na economia de cada país para que possamos tomar uma decisão correta", disse Lula em entrevista a jornalistas ao lado do presidente russo, Dmitry Medvedev.Segundo o presidente, a comunidade internacional ainda não avançou na regulamentação do sistema financeiro."A crise econômica, que começou nos países ricos motivada pela incompetência gerencial nos sistemas financeiros desses países, não só não está resolvida como voltou com muito mais força na Europa", afirmou Lula.

Apelo

Lula fez um apelo por laços comerciais e de investimento mais próximos com a Rússia nesta sexta, dizendo que os dois países do BRIC deveriam usar suas próprias moedas no comércio, e não o dólar.

"De 2002 a 2008, o comércio entre a Rússia e o Brasil cresceu cinco vezes", disse Lula em um discurso realizado em um fórum comercial durante sua visita à Rússia.

"Mas isso não é o suficiente. Precisamos realizar um salto quantitativo e definir novas áreas de parceria, como energia, infraestrutura e exploração espacial."

Lula disse que o primeiro passo seria que a Rússia e o Brasil comercializassem em suas próprias moedas ao invés de utilizar dólares ou euros.

"Não podemos (...) fazer negócios em outra moeda sobre a qual não temos controle e que não produzimos", disse ele.

"Esse é o desafio para o Brasil e para a Rússia, o desafio para o Brasil e os BRICs e o desafio para a nova lógica comercial do século 21."

Na Rússia

Lula está reunido com o presidente e o primeiro-ministro da Rússia em Moscou para estudar as possibilidades de aumentar a cooperação econômica entre os dois países, além de tentar encontrar soluções diplomáticas para a questão nuclear iraniana.

O presidente do Brasil, que desembarcou na capital russa na quinta-feira para uma visita de dois dias, se reuniu com o colega russo e, em seguida, deve ter um encontro com o primeiro-ministro, Vladimir Putin, segundo o Kremlim.

Lula visitará o Irã nos dias 16 e 17 de maio para tentar reduzir as tensões a respeito do programa nuclear iraniano, que os Estados Unidos e os aliados ocidentais suspeitam ter como objetivo produzir armamento nuclear.

A Rússia e o Brasil são ambos grandes nações de commodities, com a Rússia entre os maiores produtores de energia e metais e o Brasil forte nas exportações de produtos agrícolas, minério de ferro, carros e maquinaria.

O comércio entre os dois gigantes dos BRICs cresceu US$ 6,8 bilhões em 2008, mas caiu para US$ 4,6 bilhões no ano seguinte devido à crise financeira mundial, disse o Kremlin. Lula disse estar confiante de que o comércio entre Brasil e Rússia poderia superar US$ 10 bilhões neste ano.

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