O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que a entrega da carta à AIEA (agência nuclear da ONU) pelo Irã é um passo importante para o cumprimento do acordo para troca de combustível nuclear.
"Aquilo que foi acordado conosco está começando a ser cumprido agora. Depois da carta vem as conversas com a Agência (AIEA), o depósito do urânio na Turquia e o prazo para que o Irã receba o urânio enriquecido. Se isso acontecer, é o cumprimento da primeira parte do nosso acordo", afirmou Lula no seu programa semana de rádio "Café com o Presidente".
Lula esclarece que não foi a Teerã negociar acordo nuclear, mas para convencer o Irã a sentar para negociar. "Fomos lá para tentar convencer o Irã a aceitar uma proposta feita pela Turquia e pelo Brasil, de sentar à mesa de negociações e isso nós conseguimos". Há a expectativa dos três países Irã, Brasil e da Turquia de que esse processo possa impedir a aprovação de sanções contra os iranianos no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.
O chanceler Celso Amorim e o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, ironizaram os críticos do acordo trilateral. Segundo Amorim, "o presidente [Barack] Obama foi quem primeiro pediu ao presidente Lula para se interessar por essa questão.
Para Garcia, só "os fracassomaníacos, incluindo alguns ex-diplomatas, falam num suposto fracasso. O assessor se referia às críticas à mediação brasileira formuladas por diplomatas que ocuparam altos cargos no governo Fernando Henrique Cardoso (1994-2002).
Garcia disse que o Brasil quis elaborar "um mapa de caminho para as negociações.