O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (9), durante jantar com o presidente de Moçambique, Armando Guebuza, que vai levar mensagem contra a "instabilidade cambial" e as "desvalorizações competitivas" de moedas à Cúpula do G-20, na Coreia.
Para Lula, esse contexto econômico alimenta o "círculo vicioso da ação unilateral e estimulam o protecionismo em todo o mundo".
Lula está em Maputo, capital de Moçambique, onde participa de atividades relacionadas a parcerias entre o Brasil e o país africano, sobretudo nas áreas de saúde e educação. Pela manhã, ele proferiu aula inaugural de cursos de ensino à distância oferecidos pelo Instituto Nacional de Educação à Distância (INED). A iniciativa tem consultoria do Ministério da Educação do Brasil.
Banco Mundial e FMI
No jantar oferecido pelo presidente de Moçambique, o presidente afirmou que o país africano precisa do apoio de uma governança global democrática e equilibrada para sua reconstrução.
"É preciso que o Banco Mundial e o Fundo Monetário abandonem, de uma vez por todas, seus dogmas obsoletos e condicionalidades absurdas", criticou o presidente, afirmando em seguida que o desenvolvimento da África, da Ásia e da América Latina contribuem para o crescimento global e para a diminuição do desequilíbrio entre ricos e pobres.
"A experiência de décadas passadas inclusive a brasileira demonstra que ajustes recessivos acarretam recessão, desemprego e mais desigualdades sociais", disse o presidente. "A instabilidade cambial e as desvalorizações competitivas de moedas só alimentam o círculo vicioso da ação unilateral e estimulam o protecionismo em todo o mundo."
"É fundamental que os mecanismos de governança econômica global garantam a retomada do crescimento mundial forte e sustentável. Essas são as mensagens que o Brasil levará à Cúpula do G-20 de Seul nos próximos dias", afirmou.
Ordem internacional
Em outro momento, Lula cobrou "uma ordem internacional mais justa e equânime". A declaração ocorre no momento em que a reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) volta ao debate com o anúncio de apoio dos Estados Unidos à candidatura da Índia, que pleiteia assento permanente no órgão. O Brasil também reivindica uma vaga.
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