O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (13), pouco antes de embarcar para Washington para se reunir com o presidente dos Estados Unidos, Barack Hussein Obama, que pretende debater com o norte-americano o restabelecimento do crédito internacional. Ele voltou a dizer que a solução para a crise financeira internacional é a política.

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"Eu tenho uma preocupação que é o restabelecimento do crédito no mundo. Hoje, o maior problema é a ausência de crédito no mundo. Ou seja, o dinheiro desapareceu. O que eu quero conversar com o presidente Obama de forma muito franca é como fazer para restabelecer o crédito internacional. Não é restabelecer o crédito de Estado para Estado. É o crédito para quem quiser tomar dinheiro emprestado. É restabelecer a confiança da sociedade", salientou.

O presidente voltou a criticar as posturas protecionistas adotadas por alguns países e disse que também tocará nesse tema com Obama. "Uma das coisas que precisamos discutir é a retomada da Rodada de Doha. Precisamos deixar claro que o protecionismo pode ajudar momentaneamente, mas no médio prazo o protecionismo será um desastre para a economia mundial. O Brasil é contra a volta do protecionismo", comentou.

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Lula disse ainda que os Estados Unidos são responsáveis pelo "desastre das finanças". Por isso, segundo ele é preciso tomar decisões políticas rápidas para debelar a crise financeira internacional ainda neste ano.

"Os dirigentes estão compreendendo que agora não é mais a hora dos técnicos. Agora é a hora da política. Ou nós assumimos a responsabilidade por essa crise e damos uma saída para ela, ou se a gente ficar esperando como o Japão esperou na década de 90 e demorou dez anos para sair da crise. E nós não podemos esperar dez anos. Essa crise tem que acabar este ano. Portanto, tem coisas que precisam ser feitas urgentemente", disse.

O presidente voltou a dizer também que os países ricos precisam controlar seus bancos e o sistema financeiro. Ele disse que essa posição será defendida pelo Brasil na reunião do G-20, em Londres, no próximo dias 2 de abril, e no encontro com Obama.

"O que precisa fazer é que os países ricos precisam aprender a tomar conta dos seus bancos. Isso sim tem que ser feito. É preciso uma regulação forte para que a gente possa ter garantia de que o sistema financeiro mundial estará vinculado diretamente ao setor produtivo. Essa é uma coisa sagrada que vamos ter que tomar decisão. Não é hora de tagarelar é hora de agir", afirmou.