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Integração

Lula e Chávez adiam acordo sobre refinaria

Chávez e Lula, em Salvador: divergências travam plano de construir refinaria de petróleo em Pernambuco | Evaristo Sá/AFP
Chávez e Lula, em Salvador: divergências travam plano de construir refinaria de petróleo em Pernambuco (Foto: Evaristo Sá/AFP)

Brasília e Salvador - As negociações entre Brasil e Venezuela para a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, estancaram mais uma vez. Durante a reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez, o vazamento de um áudio da reunião permitiu a imprensa saber que há empecilhos, por enquanto, intransponíveis. De concreto, até agora, a única informação é que ficou adiado por mais 90 dias um possível acordo.

Por causa do impasse, o presidente Lula declarou: "Se eu conseguir eleger a Dilma (Rousseff, ministra da Casa Civil), eu vou ser o presidente da Petrobras, o Gabrielli vai ser o meu assessor e o acordo vai sair", disse Lula, em referência ao presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli.

Os dois presidentes estavam reunidos junto com ministros e assessores quando o som do sistema de tradução simultânea chegou até a área onde estavam os jornalistas. Pouco depois, o som foi corrigido.

Chávez, por sua vez, demonstrou irritação: "Confesso que tenho frustração. A conta é de anos. É lamentável. Não fomos capazes de fechar o acordo".

Entre os empecilhos para a construção da refinaria estão o preço do petróleo, o custo do investimento e a comercialização do óleo. Chávez afirmou que não pode conceder nenhum privilégio à Petrobras.

"Não podemos conceder à Petrobras um preço diferenciado. O preço tem que ser de mercado. No mundo inteiro funciona assim. Funciona assim em Cuba, nos Estados Unidos e na Rússia."

Mercosul

Os dois presidentes também discutiram a entrada da Venezuela no Mercosul. O ingresso do país vizinho no bloco já foi aprovado por Uruguai e Argentina, mas ainda depende de decisão do Brasil e do Paraguai.

Ontem, a União Industrial Argentina (UIA) exigiu que a Venezuela não seja aceita como "sócio pleno" do Mercosul. A exigência foi realizada após uma reunião de mais de quatro horas dos 70 integrantes da diretoria da UIA.

Os industriais protestaram pela estatização de três empresas argentinas instaladas em território venezuelano, anunciada na semana passada pelo presidente Hugo Chávez.

A UIA pretende que o governo da presidente Cristina Kirchner revogue a aprovação dada pelo Parlamento argentino à entrada da Venezuela no bloco do Cone Sul.

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