• Carregando...
Foto de encontro no mês passado: presidentes conversaram ontem por telefone | Jonathan Ernst/Reuters
Foto de encontro no mês passado: presidentes conversaram ontem por telefone| Foto: Jonathan Ernst/Reuters

Brasília e Rio de Janeiro - Os presidentes dos EUA, Barack Obama, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, conversaram ontem por telefone para discutir como evitar confrontos dos líderes de Venezuela e Bolívia com o colega americano na Cúpula das Américas.

A reunião de Obama com os 12 países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), sábado, a pedido de Obama, será o primeiro encontro dele com os presidentes Hugo Chávez (Venezuela) e Evo Morales (Bolívia). O americano vê em Lula uma espécie de "aparador de arestas’’, para possibilitar uma aproximação pacífica com os dois adversários dos EUA.

A conversa coincide com o encontro da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba) que Chávez sedia hoje na Venezuela, também como preparação para a Cúpula das Américas. O dirigente cubano Raúl Castro, excluído da reunião de Trinidad e Tobago, estará presente, assim como o presidente paraguaio, Fernando Lugo, convidado apesar de não fazer parte da Alba (Bolívia, Cuba, Dominica, Honduras e Nicarágua, além da Venezuela).

Segundo interlocutores da Presidência, Lula recebeu carta branca de Chávez para intermediar relação com os EUA. Morales também pediu que o presidente brasileiro ajude a promover a volta da Bolívia à ATPDEA, mecanismo que facilita a exportação de têxteis aos EUA e do qual o país foi excluído depois de expulsar a DEA, a agência antidrogas americana.

Cuba na OEA

Mas o presidente brasileiro não fará somente o papel de conciliador. Lula vai cobrar de Obama o fim das restrições americanas ao álcool e pressionará pela volta de Cuba à Organização dos Estados Americanos (OEA), de onde foi expulsa em 1962.

"O único país da América que não retomou (laços diplomáticos) com Cuba foram os EUA. Essa questão (da expulsão de Cuba da OEA) tinha significado na Guerra Fria, que já acabou’’, disse Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência, que participou ontem no Rio do Fórum Econômico Mundial para a América Latina.

Segundo Garcia, o movimento pró-Cuba na OEA tem o apoio de todos os líderes da Unasul e é liderado por Brasil e Colômbia. Mas o presidente colombiano Álvaro Uribe, presente no encontro no Rio, disse que não poderia "adiantar’’ sua posição sobre a questão.

Em entrevista no fórum, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saudou a Cúpula das Américas. "É a primeira participação do presidente Obama numa reunião com toda a América Latina. No mesmo dia, ele tem encontro com os três fóruns multilaterais da nossa querida América Latina. É importante conhecer as pessoas que serão seus parceiros nos próximos quatro anos’’, disse.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]