O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a Cúpula do G20, encerrada em Washington (EUA) no sábado, foi histórica e representa uma mudança no panorama político mundial. Após esse encontro, Lula declarou que o G8 formado pelos sete países mais ricos e Rússia se transformará em apenas "um clube de amigos". "Apenas posso dizer que o dia de hoje é histórico", afirmou Lula em breves declarações após a reunião para iniciar o processo de reforma do sistema financeiro mundial. "Saio daqui com a certeza de que a geografia política do mundo ganhou uma nova dimensão", afirmou o presidente brasileiro antes de se reunir com seu colega chinês, Hu Jintao.
O Brasil reivindicou durante anos uma maior influência dos países em desenvolvimento nos fóruns e instituições internacionais, assim como sua entrada no G8. Para o presidente, o sucesso da primeira reunião do G20 ainda não representa o fim do G8. Lula disse, ainda, que há seis meses nunca teria imaginado que o G20 ia ser o grupo escolhido "para definir de forma coletiva a reforma da economia mundial".
Antiimperialistas
O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou ontem que "oito presidentes antiimperialistas" se reunirão em Caracas, na Venezuela, no dia 26 de novembro "para planejarem formas de servir melhor aos povos da América Latina e do mundo".
Segundo o presidente boliviano, a reunião não será apenas para analisar a crise financeira mundial, mas para que os líderes destes oito países, que não detalhou, definam como se fortalecerão e complementarão suas ações para servirem aos povos.
Berlusconi
O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, defendeu ontem o futuro do G8, o grupo dos países mais ricos do mundo, frente ao G20 (que inclui os países emergentes) e confirmou um plano de apoio à economia da Itália.
"A partir de 1º de janeiro, teremos a presidência do G8, que não foi apagado pelo G20.
Na realidade, certos problemas devem ser discutidos por países cujas democracias estão consolidadas, enquanto outros países, que integram o G20, ainda estão no caminho para a democracia", justificou Berlusconi.