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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (26) que seu homólogo argentino, Javier Milei, lhe deve “desculpas” por ter falado “muita bobagem”. A Casa Rosada respondeu, dizendo que o presidente libertário não tem motivos para pedir desculpas ao brasileiro.
“Eu não conversei com o presidente da Argentina porque eu acho que ele tem que pedir desculpas ao Brasil e a mim, ele falou muita bobagem. Eu só quero que ele peça desculpas. A Argentina é um país que eu gosto muito, é um país muito importante para o Brasil, o Brasil é muito importante para a Argentina, e não é um presidente da República que vai criar uma cizânia entre o Brasil e a Argentina”, disse Lula em entrevista ao UOL.
“O povo argentino e o povo brasileiro são maiores do que os presidentes e eles querem viver bem, querem viver em paz. Então, se o presidente da República da Argentina governar a Argentina, já está de bom tamanho, não tem que governar o mundo”, disse o petista.
O porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, respondeu em seguida. “O que o presidente Lula quer está dentro dos seus desejos, mas o presidente [Milei] não cometeu nada pelo qual tenha que se arrepender”, afirmou, segundo informações do jornal Clarín.
No encontro do G7, realizado na semana retrasada na Itália, Lula e Milei não tiveram uma reunião oficial e posaram para a tradicional foto dos líderes em lados opostos no enquadramento.
Adorni afirmou que Milei e Lula “se encontraram casualmente” na Itália, “se cumprimentaram cordialmente”, mas “não se falaram”.
Após a divulgação do resultado da eleição argentina, em novembro, Lula desejou na rede social X boa sorte ao novo presidente, mas não citou seu nome. Milei convidou o brasileiro para sua posse em dezembro, mas o país foi representado apenas pelo chanceler Mauro Vieira.
Durante a campanha para a eleição na qual venceu o peronista Sergio Massa, o libertário havia chamado Lula de “comunista” e “corrupto”.
Depois, adotou uma postura pragmática, como visto no convite para que o petista comparecesse à sua posse e nas reuniões de Vieira com sua homóloga argentina, Diana Mondino.