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Lula mira biocombustíveis em visita à China

Luiz Inácio Lula da Silva é recebido pelo presidente chinês Hu Jintao para jantar | Ricardo  Stuckert
Luiz Inácio Lula da Silva é recebido pelo presidente chinês Hu Jintao para jantar (Foto: Ricardo Stuckert)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva colocará foco nos combustíveis renováveis durante sua viagem a Pequim nesta semana, na esperança de aliar-se à China no desenvolvimento de biocombustíveis, informou a revista Caijing.

Lula chegou a Pequim na segunda-feira para uma visita de três dias ao país.

"Nós vamos focar nos combustíveis renováveis, especialmente o etanol e o biodiesel", disse Lula à Caijing em uma entrevista na sexta-feira, quando questionado sobre suas prioridades nesta primeira visita. Os dois países em desenvolvimento já possuem fortes laços.

"O que nós queremos é que países como a China estabeleçam parcerias com o Brasil e a África, para nós produzirmos biocombustíveis e gerarmos mais empregos e renda", afirmou Lula em uma reportagem publicada no website da revista (www.caijing.com.cn).

O Brasil tem promovido sua tecnologia do etanol na China, usando cana-de-açúcar como matéria-prima. Mas, dada a escassez de açúcar no próprio país, a China não está considerando usar etanol à base de cana.

O Brasil também tem proposto exportar o combustível para a China, mas enfrenta fortes tarifas de importação e impostos sobre o consumo.

"Se você não tem terra para produzir mas precisa da energia, você pode financiar outros países que possam produzir para satisfazer as necessidades do seu mercado", disse Lula à Caijing.

O Brasil é o único país no mundo onde cerca de 90 por cento de todos os automóveis são os chamados "flex-fuel" -- andam movidos a gasolina, a etanol ou a uma mistura de ambos.

Lula disse ainda que é possível que "outros acordos entre o Banco de Desenvolvimento da China e a Petrobras" serão assinados durante sua visita, de acordo com a matéria da Caijing. A revista não deu detalhes.

O Banco de Desenvolvimento da China assinou um acordo em fevereiro para conceder uma linha de crédito de 10 bilhões de dólares à estatal brasileira, em troca da concessão de 100 mil a 160 mil barris por dia de petróleo à estatal China Petroleum Corp e à Sinopec.

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