• Carregando...

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ao mandatário venezuelano, Nicolás Maduro, que dialogue com "todos os democratas" para tentar solucionar a crise política provocada pelas manifestações no país.

O pedido foi feito em uma carta revelada por Maduro, que a recebeu no dia 5 de março, quando se completou um ano da morte de seu antecessor e padrinho político, o ex-presidente Hugo Chávez.

Na correspondência, Lula lembrou que sempre esteve próximo a Chávez em "batalhas por uma América Latina mais justa e soberana".

O ex-presidente brasileiro disse que o chavismo superou as crises que enfrentou desde o primeiro mandato de Chávez, em 1999, por meio da participação popular e do respeito à Constituição.

"Não tenho dúvidas, companheiro Maduro, de que esse corpo de ideias e experiências constitui um guia de conduta de seu governo e do povo venezuelano neste delicado momento de sua história. Momento no qual é necessário um diálogo com todos os democratas que querem o melhor para o povo", disse o ex-presidente.

"Só assim, a Venezuela realizará o sonho de uma sociedade justa, fraterna e igualitária", acrescentou a carta, divulgada por Maduro em sua conta no Twitter no início da madrugada desta quarta.

A posição de Lula é revelada em meio à promessa do governo brasileiro de não interferir na crise venezuelana.

Nas últimas semanas, a presidente Dilma Rousseff disse que as manifestações no país vizinho são uma questão interna, o que foi motivo de críticas da oposição a Maduro.

Unasul

Nesta quarta, representantes dos 12 países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) iniciaram em Santiago (Chile) reunião para analisar a situação na Venezuela.

O encontro não tinha se encerrado até as 21h (de Brasília) desta quarta.

Ao abrir o encontro, em nome da presidente Michelle Bachelet, o chanceler chileno, Heraldo Muñoz, expressou o desejo de que o bloco possa desempenhar um papel relevante na solução da crise venezuelana.

"Esperamos ter não apenas frutos declaratórios, mas sim frutos concretos", afirmou, acrescentando que "nada que afeta um país irmão nos é estranho".

Os chanceleres devem discutir a possibilidade de enviar ao país uma comissão que inclua representantes de todos os países do bloco para atuar como interlocutora entre o governo venezuelano e a oposição.

Pela manhã, em sua primeira entrevista como presidente, Bachelet reafirmou sua vontade de apoiar um diálogo de paz que permita à Venezuela superar a crise política e ressaltou que não apoiará ações violentas que busquem derrubar um governo legítimo.

O ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, afirmou que a ideia de uma comissão da Unasul é sempre válida, desde que todos os países, e especialmente a Venezuela, estejam de acordo com ela.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]