O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta terça-feira o início de um debate na Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a polêmica envolvendo a exploração petroleira nas Ilhas Malvinas por uma empresa britânica, criticada pela Argentina.
O governo argentino, que disputa com a Grã-Bretanha a soberania do arquipélago, reagiu nas últimas semanas após tomar conhecimento das intenções da empresa Desire Petroleum de iniciar explorações de petróleo nas ilhas.
Durante a Cúpula do Grupo do Rio, no balneário mexicano de Playa del Carmen, Lula disse não ser possível que a Argentina não tenha soberania sobre as Malvinas e que esse direito seja exercido por um país a 14 mil quilômetros de distância.
"Qual é a explicação política das Nações Unidas para que não tenham tomado uma decisão?... Será o fato de a Inglaterra participar como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas a razão para que eles podem tudo e os outros não podem nada?", indagou Lula.
"É necessário que comecemos a lutar para que o secretário-geral das Nações Unidas reabra este debate com muita força dentro das Nações Unidas", afirmou.
Durante a cúpula do Grupo do Rio, a Argentina recebeu o apoio de líderes latino-americanos e do Caribe à sua oposição à exploração petroleira da Grã-Bretanha no arquipélago.
Além de contestar a exploração de petróleo em torno das ilhas, a Argentina decidiu que todos os navios provenientes das Malvinas precisarão de uma autorização especial para atracar em portos do país.
"Não é possível que as Nações Unidas continuem com um Conselho de Segurança que seja representado pelos interesses políticos da Segunda Guerra Mundial, que não levem em conta todas as mudanças que ocorreram no mundo", disse Lula.
"A ONU se distancia e os países individualmente se ocupam de seus assuntos, porque a ONU perdeu representatividade", afirmou.
Grã-Bretanha diz que perfurações nas não violam lei
A Grã-Bretanha rejeitou nesta terça-feira as objeções argentinas à prospecção de petróleo na costa das ilhas Malvinas, alegando que tal perfuração não viola o direito internacional.
"A soberania britânica a respeito das Falklands é absolutamente clara no direito internacional (...). Não há dúvida sobre isso", disse o chanceler britânico, David Miliband, após discursar na entidade Demos, em Londres.
"A exploração que está ocorrendo na costa das Falklands (...) está totalmente dentro do direito internacional, totalmente baseada em precedentes", afirmou ele, acrescentando que a população ilhoa tem o direito a uma vida decente e a construir seu próprio futuro econômico.
Um porta-voz do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, disse que não há previsão de contatos diretos entre ele e Cristina Kirchner para tratar do tema, e que a Grã-Bretanha nem cogita uma reação militar. "Não há nada contra o que reagir", afirmou.
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