Curitiba O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os outros líderes das nações emergentes que estarão presentes na reunião do G8 devem pressionar os países ricos para a retomada das discussões da Rodada de Doha.
Lula também fará uma palestra sobre as mudanças climáticas e pretende reforçar a importância do biocombustível.
"O principal interesse do presidente está centrado nessa questão dos biocombustíveis, da relação entre mudanças climáticas, biocombustíveis e combate à pobreza. É para isso que o presidente deseja chamar a atenção", afirmou o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach, na sexta-feira.
Lula também acertou uma reunião em paralelo ao G8 com o recém-eleito presidente da França, Nicolas Sarkozy. "As relações entre Brasil e França são complexas em vários temas, mas os países afirmaram a vontade de desenvolvê-las e de aproveitar as oportunidades de reforçar a associação estratégica", disse um comunicado divulgado pelo governo francês.
Para o economista e professor da PUCPR, Masimo Della Justina, Sarkozy é um dos principais empecilhos para a liberalização comercial e a continuação das discussões de Doha. "O Sarkozy, quando se trata da liberalização comercial, é um velho guardião das benesses dos subsídios agrícolas", diz.
A Rodada de Doha foi lançada em novembro de 2001, buscando diminuir as barreiras comerciais, mas as negociações estão suspensas desde o ano passado, quando os países desenvolvidos e os emergentes não chegaram a um acordo sobre os subsídios e as taxas de importação de produtos agrícolas.