O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira durante declaração realizada ao lado do presidente da China, Hu Jintao, que as conquistas obtidas pelos dois países nos últimos anos obrigam seus dirigentes a lutar por uma nova ordem internacional.
O aumento do comércio bilateral --que subiu 780 por cento desde 2003, para 36 bilhões de dólares no ano passado-- também foi foco do discurso de Lula, que cobrou o incremento do valor agregado dos produtos brasileiros exportados.
"A China tornou-se nosso principal parceiro comercial e o maior mercado para nossas exportações. No entanto, para que a promessa do comércio Sul-Sul seja uma realidade, o Brasil precisa aumentar o valor agregado das suas vendas", disse Lula. "O setor aeronáutico pode ajudar a tornar nossas trocas mais equilibradas."
Dirigindo-se a Hu Jintao, com quem assinou atos bilaterais no Itamaraty, o presidente brasileiro fez um pequeno balanço de sua gestão.
"O Brasil que Vossa Excelência (Hu Jintao) está revendo hoje é muito diferente daquele que conheceu em 2004, quando aqui esteve", disse Lula.
"Como a China, o meu país reencontrou-se com a sua vocação para o desenvolvimento e está superando vulnerabilidades econômicas e sociais históricas. Começou a pagar suas dívidas seculares com os milhões de pobres do meu país e consolidou um mercado interno vigoroso que é o motor do nosso crescimento", afirmou o presidente.
Ele mencionou então a necessidade das cobranças internacionais dentro do que chamou de "globalização assimétrica". "A partir destas conquistas temos condições e mesmo a obrigação de lutar por uma outra ordem internacional."
O presidente brasileiro também terá encontros bilaterais nesta tarde com o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, e com o presidente da África do Sul, Jacob Zuma.
Índia, Brasil e África reúnem-se ainda no fórum batizado de Ibas. Mais tarde, será a vez da reunião dos países que formam o Bric (Brasil, Rússia, Índia e China).
Marcada para sexta-feira, a reunião dos países do Bric foi antecipara para esta quinta depois da decisão do presidente chinês de antecipar sua partida devido aos fortes terremotos ocorridos desde quarta-feira na província de Qinghai, no noroeste do país. Mais de 600 pessoas morreram.
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