O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta segunda-feira que na negociação de um acordo para o clima os países assumam compromissos proporcionais às suas emissões de gases de efeito estufa, em um recado às nações mais ricas que, segundo ele, emitiram volumes maiores durante sua industrialização do que as atuais economias em desenvolvimento.

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Em seu programa semanal de rádio, "Café com o Presidente", Lula disse ainda que apenas a presença de um número expressivo de presidentes viabilizará um tratado mundial no encontro promovido pela Organização das Nações Unidas em Copenhague, nos dias 7 a 18 de dezembro, para tratar de medidas para o clima.

"O problema é que os países ricos, sobretudo os mais industrializados, aqueles que começaram a ser industrializados há 200 anos, esses países emitiram muito mais gás de efeito estufa do que os países que estão se desenvolvendo no século 20, no século 21. Portanto, é importante que os compromissos sejam de todos, mas que sejam proporcionais à responsabilidade de cada país", disse Lula no programa de seis minutos.

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"Agora, vai depender muito da presença de todos os presidentes em Copenhague. E eu estou trabalhando para que isso aconteça",afirmou.

Pelo menos 190 países se reunirão na capital da Dinamarca para negociar um novo acordo, que substituirá o Protocolo de Kyoto, de 1997, para enfrentar o aquecimento global.

Entre as principais divergências estão as metas de redução das emissões de gases causadores do efeito estufa entre países desenvolvidos e em desenvolvimento e como levantar bilhões de dólares para ajudar os países pobres a lidar com o impacto do aquecimento global.

Na semana passada, quando esteve no Reino Unido, Lula debateu o tema com o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, e com a rainha Elizabeth 2a O presidente brasileiro disse a eles que o país já assumiu o compromisso de diminuir em 80 por cento até 2020 o desmatamento, grande responsável pelas emissões brasileiras.

"E mostrar para eles que o Brasil está disposto a estabelecer um acordo com outros países para que a gente mostre para a humanidade a nossa disposição de diminuir as emissões de gases de efeito estufa, consequentemente sequestrar carbono, e consequentemente a gente não permitir que o planeta continue sendo aquecido",declarou.

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Lula afirmou ainda que esta semana deverá conversar com presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e com o presidente da China, Hu Jintao, com o objetivo de alinhavar uma proposta para ser apresentada na reunião da ONU em dezembro "para firmamos um tratado que possa dar garantias de que o mundo começa a ser despoluído".

O presidente acrescentou que o Brasil está em contato também com a França e a Alemanha e que este mês está agendada uma reunião com países amazônicos para discutir uma proposta única para a região.

Nesta segunda-feira, em São Paulo, Lula reúne o Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, integrado por ministros, presidentes de estatais, organizações não governamentais ambientalistas e representantes de entidades empresariais, em mais uma etapa no debate da posição brasileira a ser levada à conferência da ONU.