Lula e Sarkozy se encontram no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro| Foto: Sergio Moraes / Reuters

Em declaração à imprensa durante a II Cúpula Brasil-União Européia, na tarde desta segunda-feira (22), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que pretende reduzir em 71% do desmatamento da Amazônia até 2017, em relação aos valores observados entre 1996 e 2005. Até 2020, a meta é que essa redução chegue a 80%.

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A iniciativa foi elogiada pelo presidente da França, Nicolas Sarcozy, durante seu pronunciamento.

"É um compromisso do país para o país e para o mundo. Porque nós dizemos todo dia que a Amazônia é brasileira, mas que nós queremos partilhar os benefícios da Amazônia, sobretudo no que diz respeito à sua riqueza de biodiversidade", disse o presidente Lula, ressaltando que essa meta representa menos 4,800 bilhões de toneladas de CO2 emitidos. "É mais do que todos os países ricos juntos se comprometeram em Kioto".

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Lula ressaltou ainda a importância da parceria com a União Européia. Em seu discurso, o presidente afirmou que este ano o intercâmbio comercial cresceu 26% e superou US$ bilhões de dólares, o que equivale a 22% do comércio global do Brasil.

Crise financeira e Rodada de Doha

Na reunião realizada na manhã desta segunda (22), representantes dos principais setores europeus e brasileiros examinaram novas perspectivas e oportunidades de negócios. Em pauta, estiveram a crise financeira internacional e um novo impulso às negociações do acordo de associação entre o Mercosul e a União Européia. Segundo Lula, a importância de se concluir a Rodada de Doha e de se fortalecer o sistema mundial de comércio foram consenso.

"O plano de ação vai muito além dos temas econômicos e comerciais. Abrange amplo conjunto de áreas para ação conjunta. Sublinha nosso compromisso com o fortalecimento do sistema multilateral, inclusive nas áreas de paz e segurança", disse Lula. "Decidimos dar prioridade a setores de ponta como biotecnologia e nanotecnologia. E vamos negociar acordo de cooperação no campo da pesquisa nuclear, para que o Brasil participe do projeto ITER (Reator Termonuclear Experimental Internacional) sobre geração de energia termonuclear".

Já Sarkozy ressaltou a importância de Brasil e União Européia trabalharem juntos para chegarem com uma visão comum na reunião do G-20, em Londres, em abril de 2009. Entre os pontos a serem discutidos ele citou o papel do FMI futuro e a retomada de negociações com a Organização Mundial do Comércio. O presidente da França disse ainda que nenhuma instituição financeira deve ficar sem fiscalização.

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