O presidente do México, Felipe Calderón, começa hoje em São Paulo visita de três dias ao Brasil, onde vai assinar 18 acordos com destaque para a ampliação da pa rceria técnico-científica , sob olhares ansiosos de empresários dos dois países, que pedem queda de tarifas no comércio bilateral.
Calderón vai se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na segunda-feira, em Brasília. Na agenda também estará Honduras e a crise econômica.
A intensa agenda de Calderón no Brasil ocorre quando os dois países vivem a melhor fase da relação bilateral em 20 anos, segundo ouviu a reportagem de um diplomata mexicano.
Os dois países buscam coordenar posições em fóruns globais como o G20 e o G5, e se considera que há fluida comunicação entre os presidentes, que já se reuniram mais de uma dezena de vezes desde 2007.
Há outro elemento. O conservador Calderón, do PAN (Partido da Ação Nacional), imprimiu tom moderado à relação com a América Latina, deixando para trás as ruidosas diferenças de seu antecessor, Vicente Fox (2000-2006), também do PAN, com Venezuela e Argentina e Cuba.
Ontem, porém, Calderón, fez uma rara crítica direta ao presidente venezuelano Hugo Chávez, chamando atenção para sua aproximação com Rússia e Irã. Questionado sobre o acordo militar EUA-Colômbia, o mexicano defendeu que os países da região usem "parâmetros homogêneos para analisar as duas situações.
O presidente falava no Uruguai, parada anterior da turnê regional que se encerra no Brasil. Antes de Montevidéu, Calderón passou pela Colômbia de Álvaro Uribe onde acertou o treinamento de 11 mil policiais mexicanos pelos colombianos.