O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, depois do encerramento da 5ª Cúpula das Américas, em Trinidad Tobago, que ficou positivamente surpreso com o resultado do encontro que reuniu 34 dos 35 países do continente.
De acordo com Lula, um passo significativo para aproximar os países latino-americanos dos Estados Unidos foi dado durante o encontro. Segundo ele, o presidente norte-americano, Barack Obama, "deve ter tomado um banho de América Latina e, certamente, houve uma evolução muito grande nas relações dos EUA com o continente.
O presidente brasileiro disse que muita gente esperava uma "batalha campal durante o encontro e que saiu particularmente surpreso com os resultados positivos da reunião.
Lula comentou que aguarda com expectativa uma reunião marcada para o mês de julho, em Santiago, no Chile, na qual os ministros latino-americanos de economia vão discutir o impacto da crise financeira internacional nos países mais pobres.
A liberação de US$ 100 milhões dos Estados Unidos para os países latinos mais afetados pela crise, anunciada pelo presidente Barack Obama, foi classificada por Lula como "muito pequena. Segundo ele, o auxílio deve ser ampliado e deve contar também com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Ele reforçou, contudo, a necessidade de os países do continente dependerem cada vez menos dos EUA para sobreviver. "Temos que começar a tomar conta de nosso nariz. Não devemos ficar pedindo favor. Essa era acabou, enfatizou o presidente brasileiro.
Sobre o embargo econômico e a exclusão de Cuba da Organização dos Estados Americanos (OEA), Lula garantiu que o assunto avançou de forma positiva, mas entende que as negociações nesse sentido fazem parte de processos antigos e que é preciso tempo para reverter os embargos.
Segundo Lula, "os cubanos não estão pedindo a ninguém para representá-los (nas negociações com os EUA). Raul Castro (presidente de Cuba) já deu quatro sinais de que quer conversar, agora cabe a Obama indicar alguém para negociar com vontade. Não vejo possibilidade de outra Cúpula das Américas sem Cuba; não há mais explicação para isso.