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COPENHAGUE

Lula sobe tom e faz discurso crítico em Copenhague

Frustrado, Lula afirma que Brasil foi ousado e vai se sacrificar pelo clima | Bob Strong/Reuters
Frustrado, Lula afirma que Brasil foi ousado e vai se sacrificar pelo clima (Foto: Bob Strong/Reuters)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso mais ácido no último dia da conferência global sobre o clima em Copenhague nesta sexta-feira e disse que o Brasil está disposto a fazer sacrifícios em nome de um acordo climático.

"Confesso que estou um pouco frustrado", disse o presidente no início de seu pronunciamento, sinalizando a elevação no tom das críticas por conta do impasse nas negociações.

"Tem muita gente querendo barganhar as metas (de redução de emissões de gases-estufa). Todos nós poderíamos oferecer um pouco mais se tivéssemos assumido boa vontade nos últimos períodos", disse.

Lula voltou a defender que os países ricos têm responsabilidade maior pela mudança do clima, mas disse que o Brasil está disposto a fazer mais pelo planeta.

"Se for necessário fazer um sacrifício a mais, o Brasil está disposto a colocar dinheiro para ajudar outros países", disse o presidente, numa referência ao financiamento para que países pobres se adaptem e lidem com o aquecimento global, um dos obstáculos para um acordo.

"O Brasil não veio barganhar, nossas metas não precisam de dinheiro externo, planejamos fazer com nossos recursos", acrescentou.

Falando de improviso, Lula reiterou que qualquer acordo assinado em Copenhague tem de manter os princípios do Protocolo de Kyoto, assinado em 1997 e que prevê que as nações industrializadas, exceto os EUA que não ratificaram o acordo, reduzam suas emissões de gases-estufa até 2012.

Numa aparente referência às exigências de países desenvolvidos de monitoramento das emissões de carbono chinesas, às quais Pequim resiste, Lula disse que "precisamos tomar muito cuidado com essa intrusão nos países em desenvolvimento e nos paises mais pobres".

A resistência da China ao monitoramento de suas emissões foi apontada pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, e pela secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, como um obstáculo para um acordo.

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