O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinará na sexta-feira no Peru vários acordos de cooperação, durante uma visita que enfatizará a necessidade de uma maior integração energética na América do Sul.
Lula chega a Lima na noite de quinta-feira, levando consigo uma volumosa delegação de empresários, e se reúne na sexta-feira com o presidente peruano, Alan García.
Brasil e Peru realizam uma aproximação nos últimos anos, principalmente no âmbito econômico-empresarial. Grandes empresas brasileiras de petróleo, energia, mineração e infraestrutura têm investimentos no país vizinho.
Um dos planos mais importantes em andamento é a instalação de uma usina hidrelétrica da estatal Eletrobrás e da empreiteira OAS na selva peruana, com um investimento superior a 4 bilhões de dólares - o maior de um só projeto no país.
"Temos de fechar o tema da aliança estratégica que nos permita utilizar seu investimento e suas máquinas para gerar na queda dos rios, na direção da vertente amazônica, energia elétrica que possa beneficiar o Brasil também, mas uma parte importante e em tendência crescente para o Peru", disse García, que esteve em abril no Brasil.
Durante a inauguração de uma fábrica têxtil, García disse também que a visita de Lula permitirá a conclusão de temas pendentes, culminando com a construção de uma rodovia interoceânica no sul do Peru, que dará ao Brasil um acesso ao Pacífico e aos grandes mercados da Ásia.
"Brasil e Peru estão voltados para seus próprios litorais, de costas um para o outro, mas isso acabou no momento em que os dois países foram se aproximando", disse separadamente o embaixador brasileiro em Lima, Jorge d'Escragnolle. "Estamos em um período exemplar das relações", acrescentou.
De acordo com o embaixador, Lula e García assinarão acordos para o desenvolvimento do transporte fluvial, para a conexão física, eletrificação rural, cooperação educacional e promoção de comércio e turismo, entre outros temas.
O diplomata disse que o projeto da hidrelétrica de 2.000 megawatts na região fronteiriça de Inambari está em fase de estudos de viabilidade.
"Além disso, em breve teremos a estrada interoceânica funcionando, e isso vai multiplicar várias vezes o intercâmbio de homens e bens", disse D'Escragnolle.
Atuam no Peru, entre outras, as empresas brasileiras Petrobras, Norberto Odebrecht, Andrade Gutierrez, Votorantim Metais, Vale e Gerdau.
García disse que há planos de criar com a Petrobras um polo petroquímico no sul do Peru, com o gás natural oriundo da bacia de Camisea, atualmente a maior reserva desse combustível no país.
Embora o Brasil tenha grandes investimentos no Peru, o intercâmbio comercial ainda é baixo - atingiu apenas 3 bilhões de dólares no ano passado.
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