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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira que o vazamento de correspondências de diplomatas norte-americanos pelo site WikiLeaks é "uma lição para que, daqui para a frente, os embaixadores passem telegramas com mais responsabilidade". Em entrevista coletiva a correspondentes estrangeiros no Rio de Janeiro, Lula classificou como "gravíssimo" o que tem sido revelado.

"Sinceramente, acho que quem deve estar muito preocupado com esse vazamento é o presidente Obama (Barack Obama, dos Estados Unidos). A gente não pode, para prestar contas no fim do dia, escrever qualquer coisa e mandar para o chefe", criticou. Para Lula, o episódio "machuca um pouco a nobreza da diplomacia mundial e o comportamento da diplomacia americana".

Levantando dúvidas sobre o conteúdo dos documentos, Lula disse ter sido vítima de algo similar como dirigente sindical investigado pela ditadura. "Quando fui pegar a minha ficha no Dops (Departamento de Ordem Política e Social), a quantidade de bobagem e mentiras era uma coisa absurda", afirmou.

O presidente também negou qualquer antiamericanismo por parte do governo brasileiro, impressão diagnosticada por diplomatas norte-americanos em telegramas enviados da embaixada dos EUA em Brasília. Lula disse que, apesar de haver algumas discordâncias, o Brasil tem os EUA como um parceiro "excepcional e privilegiado".

"A única coisa que lamento é que, muitas vezes, eles têm um olhar pequeno para America Latina. Disse isso ao (ex-presidente George) Bush e ao Obama", contou Lula. "Eles ficam muito preocupados com o Afeganistão, com Oriente Médio, e esquecem que o mundo é maior do que isso." Para Lula, a presidente eleita Dilma Rousseff manterá o histórico de boas relações com os norte-americanos. "Não misturamos política com relações internacionais."

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