Cento e doze pessoas foram presas em vinte e dois países da Europa durante uma mega-operação policial de luta contra a pornografia infantil na internet, anunciou nesta sexta-feira (16) a Organização de Cooperação Policial Europeia, a Europol.
"Nós identificamos até agora, em 22 países, 269 suspeitos e prendemos 112 pessoas", declarou o diretor da Europol Rob Wainwright, durante uma coletiva de imprensa em Haia, sede da organização.
Batizada "Operação Ícaro", a operação "visava àqueles que compartilhavam os mais extremos materiais de vídeo, as piores imagens inimagináveis, de, por exemplo, bebês e crianças muito novas sendo abusadas sexualmente", explicou Wainwright.
Cerca de 9.000 horas de vídeos em alta qualidade foram apreendidas, informou o comissário dinamarquês Jens Henrik Hoejbjerg. Segundo ele, os suspeitos compartilhavam arquivos por meio da técnica "peer-to-peer", ou seja, de um computador para outro.
A coordenação das investigações foi feita pela polícia dinamarquesa por causa de sua "expertise" na área de compartilhamento ilegal de arquivos através da Internet, precisou a Europol.
Eles coletaram rapidamente informações sobre os suspeitos, graças a um novo sistema desenvolvido na Dinamarca, e transmitiram às policias nacionais dos vários países envolvidos.
Prisões
"O trabalho realizado pela polícia dinamarquesa aconteceu em setembro e as prisões foram efetuadas entre outubro e novembro, mas isso variou de um país para outro", ressaltou Hoejbjerg.
No total, 189 buscas foram feitas nos domicílios dos suspeitos. O material recolhido será examinado para que as investigações continuem.
Na Dinamarca, 19 pessoas, homens entre 24 e 55 anos de idade, foram presos "por possessão e distribuição de material de pornografia infantil", segundo um comunicado da polícia dinamarquesa.
Foram apreendidos "59 computadores e 2.430 dispositivos externos (HDD, USB, DVD, etc.)". Uma quantidade de dados de 29 terabytes foi confiscada de uma única pessoa, disse a mesma fonte.
Bélgica
Na Bélgica, "19 suspeitos foram identificados em oito distritos judiciais", informou um comunicado da Polícia Federal belga, que confirmou a prisão de uma pessoa.
"Eu não tenho dúvida nenhuma de que o número de suspeitos vai aumentar, não tenho nenhuma dúvida de que outros países serão envolvidos", assegurou Wainright, acrescentando que a investigação "está longe de terminar".
"Nós recolhemos mais de 120 arquivos na casa de um único suspeito, o que representa mais de 600 horas de imagens em alta qualidade", disse o diretor da Europol.
"Nós queremos enviar uma mensagem muito clara: tudo o que acontece na rede deixa um rastro", prosseguiu: "nós os prenderemos (os suspeitos) e faremos tudo o que pudermos para proteger nossas crianças". "Por trás de cada imagem se encontra uma criança destruída", insistiu.
A Europol não quis dar mais detalhes sobre os países envolvidos, as pessoas presas e as vítimas, indicando somente que os suspeitos "têm entre 20 e 50 anos de idade".
Em uma operação precedente coordenada pela Europol, aproximadamente 200 pessoas foram presas em março quando uma vasta rede internacional de pornografia infantil na internet foi desmontada. A rede era constituída por um fórum que possuía 70.000 membros.
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