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O líder opositor venezuelano Leopoldo López, preso desde 18 de fevereiro acusado de incitação à violência, advertiu hoje o presidente Nicolás Maduro de que "a luta está apenas começando".

A mensagem, em vídeo colocado na internet, foi lida pelo também opositor do partido Vontade Popular Carlos Vecchio, contra quem também há uma ordem de prisão.

"Virão novas etapas desta luta. Isso está apenas começando, e todos os dias se anunciarão ações contundentes e crescentes", disse López.

"A história reservou aos dirigentes do Vontade Popular um papel de vanguarda neste parto difícil e doloroso para o renascer da democracia (...), porque hoje vivemos uma ditadura", disse Vecchio logo após transmitir as palavras de López.

No vídeo, López fala da possível renúncia da promotora Luisa Ortega e dos ministros Miguel Ángel Rodriguez (Interior) e Rafael Ramírez (Petróleo), entre outros funcionários do governo.

ONU

Ontem, em reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, o ministro das Relações Exteriores do país, Elías Jaua, acusou os meios de comunicação estrangeiros e do país de promoverem uma "guerra psicológica" contra o país.O objetivo seria a derrubada do governo de Nicolás Maduro.

"As ações de propaganda de algumas corporações de comunicação privadas tem pretendido fazer crer que há em nosso pais um caos generalizado e repressão indiscriminada e desproporcional das autoridades contra o povo", disse Jaua.

Segundo ele, esta guerra psicológica, que, a seu ver, é de natureza político-ideológica, pretende justificar a intervenção estrangeira em assuntos interno do país e promover condenações e sanções injustas.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, solicitou, em uma entrevista com a imprensa, que as autoridades venezuelanas escutem as legítimas demandas dos que se manifestam nas ruas da Venezuela.Arévalo Méndez, embaixador da Venezuela no Chile, confirmou que Nicolás Maduro assistirá no próximo dia 11 à posse de Michelle Bachelet como presidente do Chile.Oscar

Neste ano, pela primeira vez em 39 anos, os venezuelanos não puderam acompanhar a entrega do Oscar pelo canal de sinal aberto Venevisión.

O canal anunciou no domingo que não comprou os direitos de transmissão da cerimônia um dia depois de o governo denunciar uma campanha para que os artistas do evento em Hollywood se pronunciassem contra o país. O temor da rede de TV tinha razão.

O ator Jared Leto convidou venezuelanos e ucranianos a sonharem com o impossível durante o discurso que realizou logo após receber o Oscar de melhor ator coadjuvante por "Clube de Compras Dallas".

Foi o primeiro prêmio entregue na cerimônia, que aconteceu no teatro Dolby, em Los Angeles. Leto tinha expressado dias antes a sua preocupação pela tensão vivida na Venezuela e na Ucrânia e aproveitou a atenção que os prêmios despertam no mundo todo para reforçar sua mensagem.

"A todos os sonhadores que estão vendo isso hoje, em lugares como a Ucrânia e a Venezuela, nós estamos aqui, enquanto vocês lutam para fazer dos seus sonhos realidade, para viver o impossível. Pensamos em vocês nesta noite", afirmou o ator.

Do tapete vermelho, o diretor mexicano Alfonso Cuarón enviou "um abraço" ao povo venezuelano. Cuarón levou a estatueta de melhor diretor por "Gravidade".

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