Na Idade Média, o valor dos animais e o tratamento dado a eles eram bem diferentes dos dos dias atuais. Mas o conceito de bicho de estimação já existia e era mais, digamos, abrangente que o de hoje.
Não era raro ver em uma casa medieval um macaco, uma doninha, uma ovelha ou um porco. Esses animais eram, além de companhia, fonte de alimento e de dinheiro, pois podiam ser trocados ou vendidos.
"Quando uma criança se comportava bem, ela geralmente ganhava uma ovelha de presente dos pais", explicou ao G1, por telefone, Barbara Hanawalt, especialista em história medieval e professora da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos. Segundo ela, além dos cachorros, que eram muito comuns nas casas, as famílias mantinham esquilos, papagaios, ovelhas e macacos.
Os gatos não eram tidos como animais de estimação, mas sim de trabalho. Seu papel era espantar os ratos das redondezas das casas.
Os camponeses geralmente davam a comida que eles próprios comiam para os bichos, que ficavam dentro das casas, em locais reservados para eles. Uma prática comum era levar animais às igrejas.
Segundo a professora de literatura inglesa da Universidade da California e autora do recém-lançado "For the Love of Animals: The Rise of the Animal Protection Movement", Kathryn Shevelow, em entrevista ao G1 por e-mail, o costume de manter animais em casa se espalhou pela Europa entre os séculos XVII e XVIII. "Mas a aristocracia já mantinha uma longa tradição de animais de estimação, pois podia pagar."
Valor
Os animais eram muito valiosos na Idade Média. "Entre os camponeses, eles significavam um instrumento de trabalho, e entre as classes altas, um artigo de luxo", explica Hanawalt.
Segundo ela, hoje nós temos mais pets que nos servem de companhia do que na Idade Média e nós provavelmente damos mais características humanas aos animais. "Mas eles conheciam mais intimamente os animais, porque viviam mais com eles."
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