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Macri admite que inflação irá superar 30% este ano na Argentina

Crise econômica na Argentina fez com que o presidente do país, Maurício Macri, perdesse apoio popular | DAMIAN DOPACIO/AFP
Crise econômica na Argentina fez com que o presidente do país, Maurício Macri, perdesse apoio popular (Foto: DAMIAN DOPACIO/AFP)

O presidente da Argentina, Maurício Macri, reconheceu pela primeira vez que a taxa de inflação anual do país irá ultrapassar 30% em 2018. Nesta terça-feira, o líder argentino afirmou que os altos preços ao consumidor "infelizmente são um produto dessa tempestade", referindo-se à acentuada desvalorização do peso argentino em meio à valorização global do dólar - em 12 meses teve uma desvalorização de 33%.

A crise envolvendo o peso levou o governo argentino a buscar um acordo de financiamento com o Fundo Monetário Internacional (FMI) no início deste ano, com o objetivo de impulsionar a economia, que continua lutando contra a inflação de dois dígitos.

Macri também aconselhou os argentinos a comparar preços quando compram mantimentos e outros itens. A Argentina tem uma das maiores taxas de inflação do mundo. Na semana passada, o instituto Indec apontou que o índice de preços ao consumidor subiu 3,7% na passagem de maio para junho, elevando a taxa de inflação nacional em 12 meses para 29,5%.

Queda da popularidade

Cinco pesquisas publicadas durante o fim de semana e nesta segunda-feira (30) mostram que a queda de popularidade do presidente argentino Mauricio Macri se acentuou, ao passo que diminui a confiança na melhoria do desempenho econômico do país. 

 As principais razões para o aumento da impopularidade são a inflação, a desvalorização do peso e a desaprovação crescente de algumas lideranças regionais da aliança governista, a Cambiemos.

O desgaste teve início com a aprovação da reforma da previdência, em dezembro. Até ali, Macri tinha entre 55% e 58% de aprovação nacional. Atualmente, os principais institutos de pesquisa o colocam com entre 22% e 35%. 

Segundo a Raúl Aragón & Associados, a imagem positiva do presidente é de 31%. E, numa possível disputa eleitoral com a ex-mandatária Cristina Kirchner no pleito presidencial do ano que vem, estaria tecnicamente empatado, pois ela teria 30% das intenções de voto. 

Segundo a Rouvier & Associados, instituto que no passado foi ligado ao kirchnerismo, a imagem positiva de Macri estaria em 36,8%. Porém, registra que, num eventual segundo turno entre ele e a ex-presidente, Macri ainda assim sairia vencedor, com 39,2% contra 37,9% de Cristina. 

A pesquisa da Universidade de San Andrés é a que mostra o atual mandatário com menor índice de popularidade, apenas 22%, juntando os "satisfeitos" com os "muito satisfeitos". Este mesmo instituto marcava, em novembro, que Macri tinha 53%. 

Segundo o Grupo de Opinião Pública, que realiza a pesquisa apenas em Buenos Aires e na região metropolitana da cidade, onde vivem 38% do eleitorado nacional, a desaprovação do governo está em 58%. O mesmo instituto mostra que a estratégia de Cristina Kirchner, de não fazer, por enquanto, uma oposição muito dura contra as medidas econômicas e mantendo-se em silêncio a favoreceu. Cristina passou de de 30%, em outubro do ano passado, para 43,5% agora. 

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