Lilian Tintori, esposa do líder oposicionista na Venezuela Leopoldo López, comemora a vitória de Maurício Macri na Argentina| Foto: IVAN ALVARADO/REUTERS

O presidente eleito da Argentina, Maurício Macri, deu na manhã desta segunda-feira (23) sua primeira coletiva após confirmado o resultado das urnas, mas evitou antecipar medidas econômicas que serão adotadas por seu governo ao assumir no próximo dia 10 de dezembro.

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Macri deu algumas diretrizes sobre suas primeiras iniciativas em outras áreas, entre elas políticas externas, combate à insegurança, formação do gabinete e relação entre governo e meios de comunicação.

O novo chefe de Estado se mostrou satisfeito com o convite da presidente Cristina Kirchner de reunir-se nesta terça-feira às 19 horas (20h de Brasília) na residência oficial de Olivos para discutir a transição política. Perguntado sobre as denúncias de corrupção que envolvem funcionários kirchneristas, entre eles a própria presidente, Macri deixou claro “que a impunidade deve acabar”.

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“A Justiça terá toda a liberdade que corresponde”, disse ele.

Em um clima de forte expectativa e preocupação pela situação econômica, principalmente sobre o mercado cambial e prováveis medidas para normalizar as operações com a moeda americana, Macri assegurou que, antes de fazer anúncios sobre essa matéria, “temos que saber qual será a herança, ver os verdadeiros números da economia”.

O presidente eleito disse já ter conversado por telefone com o chefe de Estado do Chile, Michelle Bachelet, e do Uruguai, Tabaré Vázquez. É esperada para esta segunda-feira uma comunicação com Dilma Rouseff, já que o assessor da presidente, Marco Aurélio Garcia, entrou em contato com a secretária privada de Macri para agendar uma conversa entre os dois.

Venezuela

Como disse durante toda sua campanha, Macri reafirmou a decisão de pedir ao Mercosul a aplicação da cláusula democrática para suspender a Venezuela do bloco, em consequência das violações dos direitos humanos e perseguições a políticos da oposição por parte do governo de Nicolás Maduro.

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Ele assegurou que essa iniciativa será apresentada por seu governo na próxima cúpula do bloco, prevista para o dia 21 de dezembro no Paraguai.

“É evidente que a cláusula (democrática) do bloco deve ser invocada porque as acusações são claras e sem dúvidas não foram inventadas”, disse Macri.

Na noite de domingo, o chefe de Estado eleito esteve alguns minutos com Lilian Tintori, mulher do dirigente opositor venezuelano Leopoldo López preso desde fevereiro de 2014. Lilian viajou especialmente a Buenos Aires para acompanhar as eleições argentinas.

Também em matéria de relações internacionais, Macri se dispôs a rever o memorando de entendimento com o Irã e a promover uma aproximação do Mercosul com o bloco Aliança Pacífico, formado por Chile, Colômbia, México e Peru.

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O presidente eleito disse ainda que seu governo declarará a emergência em matéria de insegurança, uma das principais preocupações dos argentinos, e reiterou seu desacordo com a polêmica Lei de Meios, embora não tenha mencionado a possibilidade de revogação ou mudança legislativa.

Macri, apesar das pressões, ainda não revelou o nome de grande parte de seu gabinete, mas deixou claro que na área econômica haverá uma equipe de seis ministros. Ele também apontou que o chefe da pasta da Fazenda terá a mesma importância que os funcionários escolhidos para estar à frente de outras pastas consideradas estratégicas como Energia e Produção.