O presidente da Argentina, Mauricio Macri, decidiu despolitizar os centros culturais do país de símbolos da era kirchnerista (2003-2015). O governo encerrou exposições e realocou bustos, quadros e lembranças do ex-presidente Néstor Kirchner.
Inaugurado pela ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015) em maio de 2011, o Museu do Bicentenário da Casa Rosada exibia roupas, sapatos e discursos de seu falecido marido, ao lado de outros personagens históricos. As exposições no Bicentenário tinham uma acentuada marca peronista.
O museu foi fechado para reforma na semana passada. Porém, segundo a agência de notícias AFP, nenhuma autoridade confirmou se o objetivo é retirar as exposições referentes ao que consideram como “proselitismo kirchnerista”.
Fontes oficiais que pediram para não serem identificadas disseram ao jornal “La Nación” que “as peças partidárias não vão ficar no museu”. Segundo o jornal, “Macri ordenou fechar o Museu do Bicentenário para ‘deskirchnerizá-lo”.
A ordem dos bustos de ex-presidentes foi reformulada com o apoio do historiador Luciano De Privitello, relata o periódico argentino. As imagens de Néstor Kirchner, Juan Perón e Héctor Campora (eleito com o apoio do peronismo, em 1973) não devem ficar mais em posição de destaque.
O critério adotado foi “puramente cronológico”, despido de “qualquer intencionalidade política ou ideológica”, explicou ao o secretário-geral de Macri, Fernando de Andreis.
Entre as peças históricas que permanecerão expostas e que superam diferenças ideológicas, está um mural de 1933 do artista mexicano David Alfaro Siqueiros. No Centro Cultural Kirchner foi desmontada a sala Experiência Néstor Kirchner. O espaço sintetizava o pensamento e as obras do presidente falecido em outubro de 2010. A sala trazia uma exposição permanente com áudios, espelhos e uma curadoria de objetos que traziam a história pessoal e política do ex-presidente.
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