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Acordo comercial

Macron condiciona acordo UE-Mercosul a cumprimento de normas ambientais

Presidente da França Emmanuel Macron conversa com um criador, no dia da inauguração da 59ª edição da feira de Agricultura em Paris, (Foto: EFE/EPA/LUDOVIC MARIN / POOL MAXPPP OUT)

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O presidente da França, Emmanuel Macron, condicionou neste sábado (25) seu apoio a um acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul ao fato de os países latino-americanos terem as mesmas normas ambientais que os europeus.

"Um acordo com os países do continente latino-americano não é possível se eles não respeitarem como nós os acordos de Paris (de combate à mudança climática) e se não tiverem as mesmas exigências ambientais e sanitárias que impomos aos nossos produtores", declarou o francês.

Macron se posicionou dessa maneira perante um grupo de agricultores e pecuaristas durante o Salão de Agricultura de Paris, que abriu as portas neste sábado, e onde o presidente francês ouviu críticas a este novo acordo comercial que a União Europeia está negociando com o Mercosul, que poderá ter repercussões no setor primário.

Preocupação de agricultores e pecuaristas franceses

Diante de pecuaristas que lhe garantiram que a UE impõe aos seus produtores padrões ecológicos superiores aos de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, Macron reconheceu que Bruxelas não é tão exigente com os produtos importados.

Em resposta, assegurou que luta há anos para que o acordo com o Mercosul, alcançado em 2019 após duas décadas de duras negociações mas ainda não ratificado, inclua essas exigências para ambos os lados do Atlântico.

O principal obstáculo ao acordo seria a relação política do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas, depois que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou ao poder, haveria a expectativa de que possa ser ratificado ainda este ano.

De qualquer forma, o setor agropecuário europeu teme que o acordo signifique a chegada em massa de produtos de países latino-americanos a um custo menor.

Macron aproveitou a ocasião para enviar outras mensagens aos agricultores franceses, a quem prometeu um plano de combate à seca.

O presidente destacou ainda que, diante da inflação, em parte provocada pelos alimentos, os agricultores não devem fazer um esforço maior, mas sim as grandes empresas de distribuição.

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