O presidente da França, Emmanuel Macron, acusou nesta segunda-feira (15) o Irã de realizar "um ataque desproporcional" contra Israel, ao mesmo tempo em que confirmou que as forças francesas participaram na interceptação de mísseis e drones iranianos.
"Pela primeira vez, o Irã decidiu enviar mísseis de seu solo para Israel. É perigoso, eles decidiram atacar de uma forma sem precedentes. Temos que apoiar Israel, mas pedir proporcionalidade na resposta", disse o mandatário em entrevista ao canal BFMTV.
Macron acrescentou que o ataque foi uma resposta "a uma ação israelense contra uma sede diplomática iraniana em Damasco", mas o considerou "desproporcional".
De acordo com o presidente, os aviões franceses decolaram de sua base na Jordânia na noite de sábado (13) a pedido do governo jordaniano e "interceptaram" vários projéteis, sem dar mais detalhes.
Ele observou que a intervenção francesa, que ocorreu devido à violação do espaço aéreo jordaniano, foi feita em coordenação com Estados Unidos e Reino Unido.
O presidente francês considerou que Israel tem o direito de se defender e disse que deve encontrar uma maneira de fazer isso de forma proporcional. Nesse sentido, propôs que o país realize "bombardeios sobre os interesses militares [iranianos] de forma calibrada para pôr fim a essa situação".
Macron, que no domingo (14) participou de uma reunião telemática dos líderes do G7, conversará no final do dia com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a quem pedirá mais uma vez um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
"Israel pode combater o terrorismo, mas é uma democracia e deve fazê-lo de forma proporcional", analisou o presidente francês, ao destacar que a intervenção da França para interceptar projéteis iranianos mostra que ela é "um parceiro confiável".
Macron também comemorou a mudança de posição dos Estados Unidos, que "pediram uma trégua mais tarde", mas "agora estão fazendo isso", e enfatizou o importante papel do país em "conter o Irã com sanções que limitam seu acesso a armas nucleares ou à produção de mísseis e drones, que também vendem à Rússia para atacar a Ucrânia".