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O presidente da França, Emmanuel Macron, descartou nesta segunda-feira (26) nomear um primeiro-ministro indicado pela aliança de esquerda Nova Frente Popular (NFP).
Em um comunicado divulgado após quatro dias de conversas com líderes partidários, o Palácio do Eliseu alegou a necessidade de “estabilidade institucional”.
“O presidente da República observou que um governo baseado apenas no programa e nos partidos propostos pela aliança com o maior número de deputados, a Nova Frente Popular, seria imediatamente censurado por todos os outros grupos representados na Assembleia Nacional”, apontou a nota.
Segundo o jornal Le Monde, Macron solicitou que os líderes políticos demonstrem “um espírito de responsabilidade” e pediu aos socialistas, aos verdes e aos comunistas, integrantes da NFP, para que proponham “formas de cooperar com as outras forças políticas”.
A NFP foi a vencedora das eleições parlamentares antecipadas na França, realizadas em 30 de junho e 7 de julho, mas não obteve maioria absoluta na Assembleia Nacional (metade dos assentos na casa, mais um).
Como a NFP, a coalizão de Macron, segunda colocada na eleição, e o partido de direita nacionalista Reagrupamento Nacional, terceiro colocado, não dialogam entre si, a França vive uma crise política, pois qualquer nome que o presidente escolher para ser primeiro-ministro e formar o governo ficará sujeito a ser derrubado por um voto de desconfiança na Assembleia Nacional.
Poucos dias antes da Olimpíada de Paris começar, a NFP havia indicado Lucie Castets, diretora financeira da prefeitura de Paris, como candidata a premiê, após semanas de impasse.
Porém, usando como pretexto a necessidade da França se “concentrar” nos Jogos Olímpicos, Macron rejeitou a indicação e disse que em meados de agosto iria “nomear um primeiro-ministro com o mais amplo apoio possível”.
Na sexta-feira (23), o presidente iniciou reuniões com líderes partidários para debater nomes para o cargo de premiê, mas ao final das conversas, não houve consenso para a nomeação de um primeiro-ministro.
Macron disse nesta segunda-feira que vai iniciar na terça-feira (27) uma nova rodada de consultas. “Minha responsabilidade é garantir que o país não seja bloqueado [politicamente] nem enfraquecido”, disse o presidente.