O presidente da França, Emmanuel Macron, está sendo criticado por grupos de direitos humanos devido à visita do príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, conhecido como MBS, ao país europeu.
Na primeira visita do príncipe herdeiro à Europa desde o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, crime ocorrido em 2018 na Turquia e que, segundo a CIA, teria sido aprovado por MBS, ele foi recebido no aeroporto de Paris-Orly pelo ministro das Finanças, Bruno Le Maire, e depois foi ao Palácio do Eliseu para jantar com o presidente francês. Na véspera, havia sido recebido na Grécia.
A primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, alegou que Macron conversaria sobre direitos humanos com o príncipe, mas principalmente sobre um aumento na produção de petróleo saudita em um cenário de insegurança energética causado pela invasão russa à Ucrânia.
Agnès Callamard, secretária-geral da Anistia Internacional, disse à agência France-Presse que estava “profundamente perturbada com a visita, por causa do que ela significa para o nosso mundo e o que significa para Jamal e pessoas como ele”.
Já a chefe da Human Rights Watch na França, Bénédicte Jeannerod, escreveu no Twitter que MBS poderia “aparentemente contar com Emmanuel Macron para reabilitá-lo no cenário internacional, apesar do assassinato atroz de Jamal Khashoggi, da repressão impiedosa a todas as críticas a autoridades sauditas e dos crimes de guerra no Iêmen”.
Na semana retrasada, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, visitou MBS na Arábia Saudita, após ter dito durante a campanha de 2020 que trataria o país como “pária” devido ao assassinato do jornalista dentro do consulado do país árabe em Istambul, na Turquia.
Biden, que foi acusado de “traição” devido à decisão de fazer a visita, alegou que confrontou o príncipe herdeiro sobre a morte de Khashoggi. O saudita teria respondido que “não era pessoalmente responsável” pelo assassinato, ao que presidente americano teria acrescentado que “que achava que ele era”.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
A gestão pública, um pouco menos engessada