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O presidente da França, Emmanuel Macron, viajará nesta terça-feira (21) à Nova Caledônia, um território francês no Oceano Pacífico onde seis pessoas foram mortas, incluindo dois policiais, e centenas de outras ficaram feridas durante confrontos armados e tumultos nas últimas semanas.
“Diante do surto de violência, a prioridade é o retorno da ordem para permitir a retomada do diálogo na Nova Caledônia. Temos certeza: ainda há muito a ser feito antes do retorno à normalidade. O governo está totalmente mobilizado”, declarou a porta-voz do governo, Prisca Thevenot, segundo informações de agências internacionais.
A tensão entre a população indígena Kanak e os colonizadores franceses e seus descendentes é um problema de décadas, e três referendos para decidir pela independência da Nova Caledônia terminaram com vitória do “não” em 2018, 2020 e 2021.
O último foi boicotado por independentistas do território, que tiveram recusado um pedido para que o referendo fosse adiado devido à pandemia de Covid-19.
A atual onda de violência decorre de uma medida recentemente aprovada pelo Legislativo da França. Um acordo de 1998 estabeleceu que apenas os nativos da Nova Caledônia e os migrantes que chegaram ao território até o ano da assinatura desse compromisso podem votar nas eleições provinciais e em referendos locais.
Porém, o Parlamento da França aprovou na semana passada que pessoas que vivem na Nova Caledônia há pelo menos dez anos também poderiam votar. A medida desagradou grupos pró-independência.
Macron se comprometeu a não submeter o projeto a uma votação conjunta do Senado e da Assembleia Nacional, último passo para que vire lei, até que um novo acordo seja assinado, mas deu um prazo até junho para que isso aconteça.