O presidente da França, Emmanuel Macron, disse nesta segunda-feira (3) que será apresentado até o fim do ano um projeto de lei para legalização do suicídio assistido e da eutanásia no país.
Segundo agências internacionais, Macron prometeu, em discurso no palácio do Eliseu, “avançar em direção a um modelo francês em relação às opções de fim de vida”.
No domingo (2), foi divulgado que 76% dos integrantes de um painel composto por 184 cidadãos franceses “selecionados aleatoriamente” manifestaram apoio à “assistência ativa a morrer”.
A esses cidadãos, foi feita a pergunta: “A forma como acompanhamos os que se aproximam do fim da vida está adaptada às diferentes situações que se apresentam ou é preciso introduzir mudanças?”. A maioria apontou que a lei francesa atualmente “não está adaptada” a essas questões.
Apesar da manifestação desse painel, o suicídio assistido e a eutanásia despertam resistência em grande parte da população francesa. Em artigo no jornal Le Figaro, a filósofa Chantal Delsol alegou que a difusão de projetos de lei sobre o assunto no Ocidente indica um “apagamento” da cultura judaico-cristã.
“Os antigos gregos e romanos justificavam e até glorificavam o suicídio pessoal ou acompanhado”, escreveu. “A demanda pela eutanásia ativa representa um regresso à situação dos nossos antepassados distantes: justifica-se pelo fato de que nossos contemporâneos não acreditam mais na dignidade substancial [do ser humano], que respondia a uma transcendência.”
Em outubro, o papa Francisco havia pedido que os políticos franceses rejeitassem o suicídio assistido e a eutanásia.
“Ouso ter esperança de que, sobre questões tão essenciais, o debate possa ser conduzido de verdade no sentido de acompanhar a vida até o seu fim natural e não cair nessa cultura de descarte que está em todo lugar”, afirmou o papa, em encontro com prefeitos e outros ocupantes de cargos públicos franceses que foram ao Vaticano em peregrinação promovida pela Arquidiocese de Cambrai.
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