Papa Francisco, sempre simpático, tira fotos com os fieis que foram acompanhar a canonização de Madre Teresa.| Foto: ANDREAS SOLARO/AFP

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O papa Francisco proclamou neste domingo como santa a Madre Teresa de Calcutá, que dedicou sua vida aos pobres, em uma missa de canonização celebrada na Praça de São Pedro, no Vaticano, diante de 100 mil fiéis. “Proclamamos a beata Teresa de Calcutá como santa e a inscrevemos entre os santos, decretando que seja venerada como tal por toda a Igreja”, declarou o papa Francisco, que pronunciou em latim a frase de canonização ritual.

“Que nos ajude a entender que nosso único critério de ação é o amor gratuito, livre de qualquer ideologia (...) e oferecido a todos sem distinção de língua, cultura, raça ou religião”, pediu o papa durante sua homilia. Após a cerimônia, o papa Francisco convidou para almoçar 1,5 mil pessoas ajudadas pelas irmãs Missionárias da Caridade, a congregação fundada pela Madre Teresa.

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Na fachada da Basílica de São Pedro foi pendurado neste domingo um retrato gigante da missionária, sob um céu azul e um sol de verão.

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“Tenho seu nome e cresci admirando seu trabalho com os pobres e as crianças”, declarou à reportagem Teresa Burley, uma professora americana que vive em Nápoles, onde cuida de crianças com deficiências, uma vocação inspirada pela religiosa de Calcutá. Para Abraham, um indiano que vive em Londres, “a Madre Teresa praticava de verdade o cristianismo, enquanto a maioria dos cristãos se limita a falar”.

Para canonizar uma pessoa, a Igreja Católica exige a comprovação de dois milagres atribuídos a sua intercessão. No caso de Madre Teresa, o segundo milagre ocorreu com a cura de um brasileiro que se curou repentinamente de tumores cerebrais em 2008 graças às suas orações intensas à religiosa de Calcutá.

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“Uma benfeitora incansável”

A canonização, na presença de uma dúzia de chefes de Estado, foi realizada justamente no ano que o pontífice argentino dedica à misericórdia, com um jubileu extraordinário.

A Madre Teresa foi “uma benfeitora incansável da humanidade”, havia declarado o papa João Paulo II durante a beatificação da religiosa, em 2003, em uma cerimônia em Roma que contou com a participação de 300 mil fiéis.

Para o papa Francisco, a madre Teresa de Calcutá encarna seu ideal de uma “igreja pobre para os pobres”, embora tenha admitido que teria tido medo se esta pequena mulher determinada tivesse sido sua superiora.

A Madre Teresa – nascida em 1910 no seio de uma família albanesa em Skopje e falecida em 5 de setembro de 1997 em Calcutá – recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1979. Ao receber o prêmio, afirmou que o aborto era “a principal força de destruição da paz”. O papa Francisco lembrou esse aspecto de sua vida. “Defendia incansavelmente a vida, proclamando sem parar que ‘o que ainda não nasceu é o mais frágil, o menor, o mais miserável’”, disse o pontífice.

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Em 1950, ela fundou na Índia as Missionárias da Caridade, congregação que conta atualmente com 5 mil religiosas que dedicam sua vida aos mais pobres e que vivem na austeridade.

Papa acena aos fiéis logo após a Santa Missa e canonização de Madre Teresa de Calcutá, na Praça de São Pedro, no Vaticano.
O engenheiro mecânico brasileiro Marcilio Andrino e sua esposa Fernanda Nascimento Rocha são recebidos pelo Papa Francisco para a canonização.
Cerca de 100 mil peregrinos participaram da cerimônia.
Uma tapeçaria representando a Madre Teresa foi colocada na fachada do edifício do Vaticano, durante a missa de canonização.
Na India, católicos também celebraram a canonização da Madre Teresa.