Ouça este conteúdo
O ditador Nicolás Maduro anunciou nesta segunda-feira (21) o retorno das atividades de grupos paramilitares conhecidos como Cuadrillas de Paz (em tradução livre, Esquadrões da Paz) ou Cupaz para proteger o país contra o "fascismo" e as supostas tentativas de golpe contra o seu governo.
O sucessor de Chávez comunicou a decisão após o ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma ser acusado pela Justiça venezuelana de buscar a habilitação da pré-candidata oposicionista favorita às eleições do país, María Corina Machado, por meio da "desobediência civil".
Machado foi desabilitada a concorrer a cargos eletivos por 15 anos após uma investigação patrimonial que apontou atos contra a “ética pública, a moralidade administrativa, o Estado de Direito, a paz e a soberania” da Venezuela.
"Dei ordem para reativar todas as equipes de paz, mais de 4 milhões de 'líderes', para garantir tranquilidade à população e combater o 'fascismo' e a violência na Venezuela", disse Maduro, ao anunciar o retorno do esquadrão.
De acordo com o portal Voz da América, o Cupaz foi criado em 2019 para atuar no combate a "ações criminosas e terroristas realizadas pela ala fascista de direita na Venezuela com o apoio dos EUA", que visam derrubar Maduro e "assumir o controle da riqueza da nação".
Organizações como o Insight Crime e Think Tank denunciam que os grupos paramilitares estão sendo usados pelo regime para atacar a oposição por meio de intimidação e violência, reprimindo protestos e manifestações políticas contra o governo madurista.
Nessa segunda-feira, a Procuradoria do país informou a emissão de um novo mandado de captura contra Ledezma, opositor da ditadura de Maduro que está exilado desde 2017 na Espanha.
Segundo o promotor-geral, Tarek William Saab, o ex-prefeito deu "declarações públicas graves" e passíveis de julgamento.
"Solicitamos um mandado de captura para Antonio Ledezma, que foi concedido, pelos crimes de traição, conspiração, instigação e associação à prática de crime. Ele afirma que está nascendo uma rebelião civil na Venezuela com o apoio de um levante militar", comunicou à imprensa.