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O ditador venezuelano Nicolás Maduro disse nesta sexta-feira (14) que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, está buscando um "conflito armado" com a Venezuela. O país vizinho realiza exercícios militares neste fim de semana.
"Bolsonaro está arrastando as Forças Militares do Brasil para um conflito armado contra a Venezuela, ao amparar um grupo de terroristas que atacou um quartel militar venezuelano", disse Maduro à imprensa internacional em coletiva no Palácio de Miraflores, em Caracas, segundo a agência AFP.
A declaração refere-se ao assalto de militares desertores a uma base venezuelana no sul do país, na fronteira com o Brasil, em 22 de dezembro. Na ocasião, seis militares foram presos e cinco pediram refúgio no Brasil.
Maduro descreveu Bolsonaro como "fascista" e disse que o mandatário brasileiro "está por trás das ameaças terroristas contra a Venezuela, embora os militares brasileiros não se prestem a isso". "Há terroristas no território brasileiro preparando ataques e incursões militares contra a Venezuela. E nós temos o direito de nos preparar", acrescentou, ao justificar os exercícios militares que serão realizados nos próximos dias.
O Brasil e outras dezenas de países não reconhecem a legitimidade do governo de Nicolás Maduro e consideram Juan Guaidó o presidente interino do país.
Guaidó retornou à Venezuela após uma viagem internacional e foi recebido com agressões por apoiadores de Maduro no aeroporto internacional de Maiquetía na terça-feira. Na entrevista com os jornalistas internacionais nesta sexta-feira, o ditador se esquivou de perguntas sobre a detenção do tio de Guaidó, Juan José Márquez, que acompanhava Guaidó e foi preso ao chegar ao aeroporto, relatou o jornal local Efecto Cocuyo.
Maduro anunciou ainda que o seu chanceler, Jorge Arreaza, avaliará a resposta que será dada aos governos de cada um dos embaixadores que estiveram presentes no aeroporto de Maiquetía em apoio a Guaidó. Ele também garantiu que Guaidó será detido quando o Ministério Público emitir uma ordem de prisão contra o líder opositor.
"O dia que os tribunais da República derem o mandato de deter Guaidó por todos os delitos cometidos por ele, neste dia ele irá para o cárcere. Esse dia não chegou", afirmou Maduro.
O chavista voltou a criticar as sanções norte-americanas contra a Venezuela e afirmou que o seu governo instaurou processo contra os Estados Unidos na Corte Penal Internacional por crimes contra a humanidade e por medidas coercitivas contra o país.
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