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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou nesta sexta-feira (10) os Estados Unidos de "incubarem um conflito militar" em Essequibo, um território de quase 160 mil quilômetros quadrados que o país sul-americano disputa com a Guiana. No mesmo discurso o ditador venezuelano também alegou que o governo guianês está "sob as ordens" da empresa petrolífera americana ExxonMobil, com "interesses indevidos" na região.
"A ExxonMobil, o império americano por trás dela, o Comando Sul (das Forças Armadas dos EUA) estão preparando um conflito militar nessa área, como há mais de 100 anos, quando a ameaça veio por essa zona, e os britânicos ameaçaram invadir e tomar (...) o leste da Venezuela", disse Maduro, o pronunciamento foi transmitido pelo canal estatal de televisão "VTV" controlado pelo ditador.
Ele garantiu que "não haverá força" quem "impeça" o referendo a ser realizado em seu país no dia 3 de dezembro, para o qual o governo iniciará uma campanha nesta segunda-feira (13) convidando os venezuelanos a responder "cinco vezes sim" às cinco perguntas que serão feitas na consulta, incluindo se concordam ou discordam com a anexação do Essequibo à nação.
"No dia 3 de dezembro, na Venezuela, ocorrerá um evento histórico, o povo sairá para votar e decidir, ponto final, que ninguém duvide disso, e nesse dia, convocado pelo Poder Legislativo, exerceremos nossa soberania absoluta e total e decidiremos o destino da paz, da independência e da integração territorial de nosso país", acrescentou.
Na última quarta-feira (08), o ministro das Relações Exteriores da Guiana, Hugh Todd, negou "categoricamente" a "afirmação da Venezuela" de que Georgetown "concedeu permissão aos Estados Unidos para estabelecer uma base militar em Essequibo" e acusou Caracas de usar "muita desinformação e muita propaganda para criar impulso no caminho para o seu suposto referendo".
O governo venezuelano afirma que "são as ações da Guiana, associadas ao Comando Sul dos Estados Unidos e autorizando concessões em um mar pendente de delimitação" que estão "se tornando a maior ameaça à paz e à estabilidade no Caribe".