O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta segunda-feira (11) que a líder opositora Maria Corina Machado, cujo paradeiro é mantido em sigilo, estaria na Colômbia em “busca de dólares do narcotráfico” para supostas conspirações contra o regime chavista.
“Ela é uma criminosa que atualmente está conspirando. Ela saiu do país para conspirar, saiu do país para procurar dólares do narcotráfico na Colômbia”, alegou Maduro, que há pouco menos de um mês afirmou que Machado havia ido para a Espanha, uma declaração que ela negou poucos minutos depois e considerou uma provocação.
“Machado está na Colômbia, e o narcotráfico a está financiando agora. Ela está se movimentando para ver se pode enviar terroristas para colocar uma bomba aqui, uma bomba ali, em uma ideia louca de ambição luxuriosa pelo poder para ela e para esse grupo de fascistas”, acrescentou o ditador venezuelano em seu programa semanal de televisão.
Assim como quando disse que Machado havia fugido para o Panamá ou para a Espanha, Maduro não apresentou provas de suas afirmações.
Em ocasiões anteriores, a ex-deputada respondeu que “quem está indo embora é Nicolás Maduro” e garantiu que permanecerá na Venezuela “apesar das ameaças e das circunstâncias”.
A líder opositora, cuja última aparição pública aconteceu em 28 de agosto, optou por permanecer “escondida”, como ela descreve sua situação, temendo por sua vida e liberdade após as eleições de 28 de julho, nas quais Maduro foi proclamado vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
Líder da principal coalizão de oposição ao governo Maduro, a Plataforma Unitária Democrática PUD, Machado liderou a acusação de que as últimas eleições foram fraudadas - o resultado oficial das eleições na Venezuela, inclusive, não é reconhecido por grande parte da comunidade internacional.
Maduro faz comentários sobre o presidente Lula
O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, ainda fez comentários nesta segunda-feira sobre o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o chavista, Lula marcou "um ponto a favor" ao não comentar a situação no país vizinho durante uma entrevista à RedeTV no domingo.
“Cada país tem que encontrar uma maneira de resolver seus assuntos, seus conflitos, seus problemas (...) Parece-me que essa foi uma reflexão sábia de Lula, eu poderia dizer 'ponto a favor' de Lula”, disse Maduro durante seu programa semanal de televisão.
“Estou de acordo com Lula (...), o Brasil com suas instituições e sua dinâmica nacional, soberana, e a Venezuela com nossas instituições e nossa dinâmica soberana”, prosseguiu.
Lula disse na entrevista que Maduro é “problema” da Venezuela, e não do Brasil, por isso não pode continuar se preocupando com a política do país vizinho.
Depois que o governo brasileiro vetou a entrada da Venezuela como membro associado do grupo Brics de países emergentes, autoridades venezuelanas criticaram uma suposta “interferência” e chamaram seu embaixador em Brasília para consultas, além de terem feito ameaças diretas ao petista.
Desde que o Conselho Nacional Eleitoral venezuelano (CNE) declarou a vitória de Maduro nas eleições presidenciais de 28 de julho, Lula tentou mediar o conflito e pediu que as autoridades do país vizinho divulgassem os documentos comprobatórios do resultado, sem sucesso.