O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou no sábado (6) seu colega dos Estados Unidos, Barack Obama, de se somar "às piores causas" e o pessoal da embaixada americana em Caracas de agir de uma forma que "começa a ser intolerável".
"O (Obama) decidiu não lutar e acho que já está muito cansado e esgotado. Se esgotou e simplesmente, apesar dos pesares e de sua trajetória, decidiu se somar às piores causas, no mundo e nos Estados Unidos", disse Maduro em entrevista na televisão.
O chefe de Governo da Venezuela sustentou que não se caracteriza por "aventureirismo radicaloide" nem por "temer a ninguém neste mundo", mas que deve tomar "ações" no campo diplomático e político "para defender a dignidade, a paz e a soberania venezuelana".
"Então, com muito equilíbrio e com muita justiça, vou explicar a nossa pátria e às pátrias irmãs as ações que tenho que tomar no campo diplomático e político em relação aos Estados Unidos", insistiu em entrevista noturna à emissora "Telesur" com sede em Caracas.
Maduro acrescentou que devido a que a delegação diplomática americana está "atuando de maneira perigosa" seu governo está "avaliando a situação".
O governante ressaltou que desde o início de ano vem denunciando que "há uma alta nazista-fascista na Venezuela" e que nisso está envolvido, entre outros, o líder do partido Vontade Popular (VP), Leopoldo López, detido desde o dia 18 de fevereiro.
López é acusado de incitar incidentes violentos registrados em Caracas no dia 12 de fevereiro que então causaram três mortos e deram início a quatro meses de protestos antigovernamentais em várias cidades do país, os quais causaram 40 mortes, segundo números oficiais.
"Obama expressou sua solidariedade a López", sustentou ao recriminar o governante americano por não fazer o mesmo com "o povo de Nova York, de Chicago, de Boston, de Los Angeles que está nas ruas pedindo justiça por assassinatos brutais" contra cidadãos negros.
"Obama está algemado e é um refém dos poderes reais dos Estados Unidos, e não foi recíproco a todo o esforço para melhorar as relações", disse Maduro, dizendo que ele sim fez para tentar recompô-las.
Caracas e Washington, que mantêm relações tensas desde que Hugo Chávez, morto há quase dois anos, assumiu o poder em 1999.
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