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Protestos por água e eletricidade em Caracas
Mulher segura um cartaz onde se lê “Queremos água e eletricidade”, durante um protesto na Avenida Fuerzas Armadas, em Caracas, Venezuela, em 31 de março | Foto: Frederico Parra/AFP| Foto:

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na noite deste domingo (31) um plano de racionamento de energia, em meio a um novo apagão no país.

O líder chavista afirmou, em pronunciamento na televisão, que o objetivo da medida é tentar minimizar os problemas provocados pelos blecautes – entre eles, o corte dos sistemas de comunicação e de distribuição de água.

O "plano de administração de carga", como o chavismo identifica o racionamento, deve durar 30 dias. Maduro, porém, não explicou como se aplicará este plano e nem quais serão os horários e os estados afetados.

A última vez que o regime chavista impôs um racionamento de energia foi em 25 de abril de 2016, quando houve uma seca na represa de Guri, a maior do país.

Agora, Maduro coloca a culpa em diversas "sabotagens" ao sistema elétrico nacional, orquestradas pelos Estados Unidos e seus aliados. "Elementos eletromagnéticos e elementos de infiltração para danificar o sistema por dentro" são as explicações do ditador para o suposto ataque. A oposição e especialistas do setor elétrico afirmam que houve uma falha nos geradores da hidrelétrica de Guri devido à falta de manutenção do Sistema Elétrico Nacional.

O apagão deste domingo, o terceiro dia seguido com cortes de energia no país, foi parcialmente resolvido no fim da tarde. Mesmo assim, o regime manterá as aulas suspensas e a jornada de trabalho até às 14h, nos setores público e privado.

"Não existe tal racionamento. Simplesmente eles não têm como solucionar a crise: neste momento há cidades com Valência e muitas mais sem luz", acusou o presidente interino da Venezuela e líder da oposição, Juan Guaidó.

Desde 7 de março, os venezuelanos estão enfrentando apagões generalizados, cada vez mais frequentes e por mais tempo, que comprometem a distribuição de água, as comunicações, o comércio e agravando a crise humanitária do país.

Durante seu discurso na TV, Maduro ainda fez um chamado aos "colectivos" para que, junto aos milicianos, "defendam a paz" e não permitam que "os violentos" causem mais danos ao país – uma referência à oposição. Antes, neste mesmo dia, os "colectivos" haviam reprimido protestos contra a falta de energia elétrica no município de Libertador, região metropolitana de Caracas. Eles atiraram contra os moradores e atingiram um homem e uma mulher, segundo o jornal venezuelano El Nacional.

Durante a noite, jornalistas relataram que forças de segurança de Maduro e os "colectivos" reprimiram protestos em diferentes bairros da capital.

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