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Venezuela

Maduro diz que vai “arrebentar os dentes” de Brasil e Colômbia em caso de agressão militar

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, discursa à Assembleia Nacional Constituinte em Caracas, 14 de janeiro de 2020 (Foto: Federico Parra / AFP)

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que conhece "os planos imperialistas" da Colômbia e do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e que o seu país está pronto para revidar uma potencial agressão militar dos dois vizinhos.

"Aumentamos a capacidade de defesa do país, sei o que digo, conheço os planos imperiais, conheço detalhadamente os planos da oligarquia colombiana e [do presidente brasileiro] Jair Bolsonaro", disse Maduro em seu discurso anual à Assembleia Nacional Constituinte, o parlamento controlado pelo chavismo, nesta terça-feira (14).

"Se [Colômbia e Brasil] se atreverem [a uma agressão militar], vamos arrebentar seus dentes, para que aprendam a respeitar a Força Armada Nacional Bolivariana e o povo de Bolívar", acrescentou.

Durante o discurso transmitido por rádio e televisão, Maduro falou sobre as sanções americanas: "o império tentou atar nossos pés e mãos, mas não conseguiu", declarou. "O governo bolivariano está aqui para proteger o povo. Tenho plena consciência de que esse povo que protegemos e defendemos, nos protege e nos defende. A participação popular não é um elemento decorativo. É o meio para alcançar o fim superior", disse Maduro.

O ditador fez um convite para que a União Europeia e a Organização das Nações Unidas (ONU) observem as eleições legislativas previstas para este ano na Venezuela. No entanto, descartou a presença da Organização dos Estados Americanos (OEA) no pleito.

"Quem não entrará neste país é [o secretário-geral da OEA] Luis Almagro; bandido e lixo da história. Nem a OEA nem Luis Almagro entram neste país, nunca", provocou Maduro. A OEA atuou como observadora das eleições presidenciais de outubro na Bolívia e apontou diversas irregularidades no processo, o que levou à renúncia de Evo Morales, aliado de Maduro na região.

A constituição venezuelana estabelece que o líder do Executivo do país deve apresentar anualmente o balanço à Assembleia Nacional. Como o regime chavista desconhece o órgão, liderado por Juan Guaidó, Maduro apresentou-se à Assembleia Nacional Constituinte (ANC), o parlamento controlado pelo chavismo e liderado por Diosdado Cabello.

Ao final da mensagem de Maduro, Cabello anunciou que a ANC terá sessões "todos os dias" no Palácio Federal Legislativo em Caracas a partir desta quarta-feira (15). Cabello convocou uma sessão especial pelo dia do professor na quarta-feira e uma marcha de apoiadores até o edifício do Capitólio.

"Isto vai ser todos os dias. As comissões receberão ao povo nos corredores e as comissões serão instaladas e trabalharão nos corredores do Palácio", disse o número dois do chavismo.

Ontem, Juan Guaidó havia convocado a sessão ordinária da Assembleia Nacional também para a quarta-feira, pelo dia do professor - para evitar que a sessão da AN coincidisse com a visita de Maduro à sede do parlamento - convidando professores a participar e denunciar a crise do setor da educação na Venezuela.

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