Espanha e Venezuela vivem o pico de mais uma forte tensão por causa da guerra verbal entre Nicolás Maduro e o alto escalão espanhol. Nesta quarta-feira (15), o embaixador do país sul-americano foi convocado para que os ibéricos expressassem seu descontentamento com novas declarações de Maduro. O mandatário venezuelano afirmou na terça-feira (14) que “os abusos de Rajoy acabaram”, acusando o premier espanhol de covardia e racismo por suas críticas à repressão e a censura locais.
Mulher de Maduro terá programa na TV venezuelana
Conhecida como “a primeira combatente”, Cilia Flores, mulher do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, terá um programa semanal na TV nacional para “apresentar a vida na revolução sob uma ótica feminina”. “Pelo grande trabalho que ela realiza com meu programa, pedi a Cilia que iniciasse um programa semanal de uma hora onde apresente a vida desta revolução”, afirmou Maduro em seu programa “En contacto con Maduro”.
Cilia faz participações especiais no programa do presidente, mas Maduro diz que sua mulher “tem muito a mostrar, e muitas vezes o material é reduzido a cinco ou dez minutos”, o que fez com que ele oferecesse a um programa à “primeira combatente”. Ainda não se sabe quando o programa televisivo estreará, já que o presidente não ofereceu mais detalhes.
“A Venezuela não se deixará agredir nem por mil cortes. Que as cortes espanholas vão opinar de suas mães, mas não da Venezuela. Seus abusos acabaram, Rajoy. A Venezuela é para ser respeitada, que saiba a Espanha inteira. Prepararemos um conjunto de respostas ao golpismo do covarde e racista Rajoy, que desvaloriza aqueles ao sul, os asiáticos”, declarou o venezuelano em cadeia nacional, em crítica à aprovação de uma lei de repúdio a Caracas por conta das prisões políticas de opositores. “A elite corrupta europeia sempre organiza manobras, jogadas e asquerosidades contra o país”.
Mario Isea foi recebido no Ministério de Relações Exteriores pelo diretor-geral para a América Ibérica, Pablo Gómez-Olea. Por cinco minutos, ele criticou as declarações de Maduro e as classificou como “inaceitáveis”.
“As autoridades espanholas sempre terão respeito pela dignidade das pessoas que ocupam cargos no governo na Venezuela. Foi informado ao embaixador que este tipo de declarações e insultos não contribuem a um mínimo entendimento entre dois governos que respresentam dois povos unidos historicamente pelos mesmo laços”, declarou a chancelaria em comunicado.
A lei de repúdio a prisões como as de Leopoldo López e Antonio Ledezma foi aprovada com 306 votos a favor e 19 contra. Rajoy e outros líderes, como o ex-premier Felipe González, tem comprado briga por conta da repressão e da situação dos presos no país. O segundo chegou a anunciar que faria a defesa dos opositores detidos.
Madri e Caracas vivem tensões desde outubro, quando Rajoy hospedou Lilian Tintori, mulher de López, na sede do Partido Popular (PP) . Ele expressou sua preocupação pela repressão vivida no país, e Maduro então convocou Isea para consultas. Ele só foi reintegrado ao cargo em março.
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