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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, numa entrevista ao jornal francês Le Monde, disse existir na Venezuela todos os ingredientes capazes de criar uma extrema-direita. Em seguida, afirmou que seu partido evitará o surgimento "de um novo Pinochet", em referência ao ex-ditador chileno (1973-1990).

A entrevista foi publicada ontem, o mesmo dia em que o candidato da oposição, Henrique Capriles, apresentou um pedido de impugnação eleitoral contra o resultado da eleição venezuelana de 14 de abril. No pleito, Maduro foi eleito com uma diferença de 1,49% em relação ao opositor.

Para Maduro, o país terá paz. Ele disse que vai impedir que chegue ao poder o que chamou de "projeto extremista de direita", em referência ao adversário político, o líder da oposição, Henrique Capriles. "Impediremos que na Venezuela surja um novo Pinochet e faremos isso por via democrática", disse o presidente venezuelano.

Em resposta às críticas de adversários por qualificá-los como fascistas, ele disse que nem toda a oposição é feita de extremistas, embora tenha considerado que a social-democracia e a democracia cristã é "esmagada por uma direita extrema".

O mandatário pediu aos países europeus que abram os olhos, já que há "uma percepção caricaturesca" de que há uma ditadura na Venezuela.

FMI

Questionado sobre a crise, Maduro disse que os países europeus passam por um "desastre" similar ao dos anos 1990 na América Latina, em que os governos tiveram que tomar medidas de austeridade indicadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Para o venezuelano, os europeus devem se preparar para o surgimento de governos como os de Hugo Chávez e Lula como resposta à crise internacional, embora acredite que o continente "se deixou dominar pelos Estados Unidos".

Maduro também pediu o respeito do presidente dos EUA, Barack Obama, e voltou a acusar agentes americanos, como Roger Noriega, John Negroponte e Otto Reich, de querer desestabilizar a Venezuela. O venezuelano afirma que não há diferenças entre o atual presidente e George W. Bush.

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