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Venezuela

Maduro convoca conferência de paz e líder da oposição critica “apelo vazio”

Rapper Nic Madurox, no traço de Emmanuel Vidal; à direita, Maduro cumprimenta partidários | Reprodução; Jorge Silva/Reuters
Rapper Nic Madurox, no traço de Emmanuel Vidal; à direita, Maduro cumprimenta partidários (Foto: Reprodução; Jorge Silva/Reuters)
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O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou ontem a abertura de um diálogo nacional após semanas de protestos que deixaram ao menos 16 mortos, classificado como uma encenação pelo principal opositor, Henrique Capriles, que faltará ao evento.

Enquanto camponeses governistas e mulheres opositoras se concentram para cruzar com suas manifestações uma Caracas em tensão, Capriles, em declarações por rádio, desqualificou o diálogo que contará com a presença de bispos e empresários convocados pelo presidente para ontem à tarde, antes do início de uma semana completa de dias festivos.

O governo "não tem a intenção de desarmar nada", declarou em relação às denúncias de grupos paramilitares governistas, e por isso ele não será "parte de uma encenação, o que queremos é avançar. (...) O governo fala de diálogo, fala de paz, mas não pode ser um apelo vazio. (...) Não se trata de ir ao Palácio de Miraflores e tirar uma foto", afirmou Capriles.

"Não nos prestamos para o que derivará em um simulacro de diálogo que desemboque em uma brincadeira com nossos compatriotas", disse em comunicado a Mesa de Unidade Democrática (MUD), da qual Capriles é líder.

A aliança opositora defendeu a necessidade de iniciar um diálogo para encontrar uma saída à escalada de violência que assola o país, mas ressaltou que as conversas não podem ser abordadas com "leviandade e improvisação".

Outras organizações, no entanto, confirmaram presença na chamada Confe­rência Nacional de Paz, como as lideranças episcopais e a Fedecámaras, principal sindicato patronal da Venezuela.

A Fedecámaras é um dos habituais demônios citados pelos governos chavistas, que o acusam de diversas tentativas de golpe nos últimos anos incluindo o fracassado golpe contra Chávez em 2002, no qual a organização esteve ativa e comprovadamente envolvida.

A cúpula da Igreja também gera reticências em um governo que, embora declamado socialista, evoca regularmente Deus e a Virgem.

A participação do episcopado foi precedida por um chamado do papa Francisco para "que parem o quanto antes com os episódios de violência e as hostilidades e que todo o povo venezuelano, começando pelas autoridades políticas e institucionais, se mobilizem para favorecer a reconciliação nacional".

Sátira na rede coloca chavista para cantar rap

A briga de Nicolás Maduro com a CNN na semana passada, quando o presidente venezuelano acusou a emissora americana de tevê de fazer "propaganda de guerra" de seu país, se transformou no rap "Vos no sos Venezuela" ("Você não é Venezuela").

A música é entoada pelo rapper Nic Madurox, uma caricatura animada do mandatário feita pelo jornal colombiano El Universal. No desenho de Emmanuel Vidal, Maduro aparece com boné para trás, luvas e brinco dourado na orelha.

O vídeo de Madurox virou hit nas redes sociais da Argentina e do Uruguai, entre outros países. No canal oficial do El Universal colombiano no YouTube, a gravação já tinha quase 73 mil visualizações na manhã de ontem.

O rap é feito em cima de uma mensagem de Maduro criticando a cobertura dos protestos na Venezuela feita pela CNN.

No vídeo, o presidente aparece andando na rua enquanto é filmado e confunde a palavra S.O.S, de socorro, pintada em um ônibus, com "sos", conjugação da 2ª pessoa do singular do verbo ser em espanhol, em alguns países hispano-americanos.

"Quando os âncoras da CNN virem isso ‘Sos Vene­zuela’ [Você é Venezuela], eu te diria: fascista! Você não é Venezuela, você é gringo, em sua mente, em sua maldade!", disse Maduro.

O venezuelano havia ameaçado expulsar os jornalistas da CNN do país, mas voltou atrás na decisão, segundo a emissora.

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